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Serra tem 25% do setor metalmecânico e sedia a Mec Show

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Operário em atividade: o município lidera o ranking de metalmecânica com cerca de 1/4 das empresas instaladas. Foto: Edson Reis
Operário em atividade: o município lidera o ranking de metalmecânica com cerca de 1/4 das empresas instaladas. Foto: Edson Reis

Por Ayanne Karoline

De terça-feira (28) até o dia 31 de julho acontece no Pavilhão de Carapina a principal feira de metalmecânica, automação e energia do Estado, a Mec Show, que promete movimentar R$ 50 milhões, trazer 180 expositores de oito estados e receber 17 mil visitantes.

Será possível participar de rodadas de negócios, minicursos e palestras. A feira ainda trará as novidades em máquinas, equipamentos, produtos e serviços.

O setor é composto por empresas ligadas à fabricação de produtos de metal e na área de metalurgia em geral. No Estado, representa 17% do Produto Interno Bruto (PIB). Boa parte do que ultrapassa a casa dos R$ 13 bilhões anuais de movimentação financeira sai do solo serrano, pois 25% das empresas estão na Serra. São mais de 900 negócios, gerando cerca de 12 mil empregos diretos.

Conforme o presidente do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (Cdmec), Antônio Falcão Almeida, os empresários vêm sofrendo com a baixa demanda de contratantes, carga tributária elevada e engessamento das leis trabalhistas – que eleva o custo de admissão e demissão de pessoal.

“Temos baixa competitividade em relação à concorrência internacional, como a China. O produto final deles, mesmo com frete, acaba ficando mais barato que o nosso”, revela Almeida.

Mas as empresas do setor estão buscando soluções. Segundo Almeida, a aposta é na produção em série em vez da fabricação por encomenda. Outra saída viável, na visão do presidente do Cdmec, é o investimento em tecnologia e aprimoramento de processos (máquinas). “Neste sentido, com a MEC SHOW, veremos uma infinidade de opções de inovação e de linhas de crédito especiais”, aposta.

Automação e energia se concentra no Civit

A Serra também recebe um alto número de empresas no ramo de energia, elétrica e automação industrial. Dados do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado (Sindifer-ES) dão conta que mais de 40 empreendimentos atuam diretamente nos setores.

Eles estão no ramo de fornecimento de energia elétrica, petróleo e gás, energia em geral, automação residencial, entre outras. A maior parte fica localizada nos Civits, mas com algum percentual nos polos industriais mais novos.

Apesar de configurarem bom negócio para a economia serrana e capixaba, o momento é de demissões, cortes financeiros e até encerramento das atividades. Só em maio e junho foram mais de 600 postos de trabalho perdidos, somando os dois setores, em todo o Estado.

O presidente do Sindifer, Manoel Pimenta, foi categórico em afirmar que a crise nessa área deve se agravar ainda mais em meados de outubro, quando termina grande parte dos contratos de prestação de serviço. “Não tem acontecido nada de novo. As empresas estão sem confiança e com medo de investir”, explica.

A esperança é que a Mec Show impulsione novos contratos. Um exemplo é com a Rodada de Negócios realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae ES), que acontecerá dentro do evento. Participarão as seguintes âncoras: ArcelorMittal, Estaleiro Jurong, Fibria, Transpetro, Petrobras, Petrobras Distribuidora, Vale, EDP Escelsa e Samarco.

 Cidade tem opções de formação

Para seguir carreira na área de metalmecânica, automação e energia, a Serra é uma boa opção para estudar, incluído o único curso técnico de automação do Estado, oferecido pela rede pública no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), campus Manguinhos.

Ao todo são 32 vagas por semestre. A duração do curso é de dois anos e a expectativa é que o próximo edital seja publicado em outubro deste ano.

Também há opções de cursos técnicos de Mecânica e Automação Industrial na Escola Técnica Cedtec, em Laranjeiras. Além dos cursos livres, ainda é possível cursar o ensino médio profissionalizante nessas áreas.

“Os empregos nessas áreas são bem remunerados, gerando um valor médio entre R$ 2,5 mil a 5 mil reais, para uma média nacional”, afirma o diretor comercial do Cedtec, Christiano Santos Corrêa.

Já no Senai, além de cursos de aprendizagem industrial e aperfeiçoamento profissional nas áreas, há a possibilidade de cursar o técnico em mecânica.

No ensino superior, a faculdade UCL, em Manguinhos, é uma opção. Entre as graduações estão Engenharia de Automação e Controle, Engenharia de Petróleo, Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia Química e Engenharia Civil.

 Já o Ifes Campus Serra oferta os cursos de Engenharia de Controle e Automação e o Mestrado Profissional em Engenharia de Controle e Automação, curso pioneiro no Estado.

“Muitos optam por essas áreas pela grande quantidade de empresas que atuam aqui na cidade e porque faltam profissionais qualificados no setor. Mesmo com a crise, a demanda pelos cursos até cresceu nos últimos meses”, explicou o diretor do Ifes da Serra, Wagner Teixeira da Costa.

Metalmecânica em números

17%

do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado.

12 mil

empregos diretos em 900 negócios

25%

das empresas estão na Serra

 

 

 

 

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