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Serra tem aumento de 1.045% nos casos de chikungunya e especialista fala em surto

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Upa de Castelândia. Foto: Everton Nunes

Em meio à pandemia causada pelo coronavírus, outra doença tem tirado o sono de moradores da Serra. Trata-se da chikungunya, que segundo especialistas, causa um grave surto nas cidades da Grande Vitória – incluindo o município serrano – desde março deste ano. Para se ter uma ideia, até novembro de 2020, 1.100 pessoas que moram na Serra foram infectadas. Se comparado ao mesmo período do ano passado, onde eram 96 registros, houve um aumento de 1.045% nos números de contaminados.

Apesar de a situação ser complicada, a Prefeitura da Serra não havia se pronunciado oficialmente sobre o avanço da doença. No entanto, após o TEMPO NOVO denunciar que a Secretaria Municipal de Saúde (Sesa) havia negado o envio de dados referentes à doença, o Município se posicionou e atualizou o número de casos confirmados. Após quatro semanas de tentativas insistentes, a reportagem foi informada que a chikungunya segue se alastrando pela cidade.

Mesmo com o aumento de 1.045% e com infectologistas classificando a situação atual como surto, a Secretaria de Saúde enviou uma nota onde diz que a informação (sobre o surto) não procede. No entanto, confirma o avanço da doença através dos dados mais recentes. Segundo a pasta, até a tarde desta terça-feira (24), eram 1.100 moradores contaminados pela doença. No ano passado, a situação era bem diferente: 96 infectados.

Conforme informado anteriormente pelo jornal, Rubia Miossi, médica infectologista da Unimed, conversou com a reportagem e confirmou que toda a Grande Vitória, inclusive a Serra, enfrenta um surto da doença, mas segundo a especialista isso ocorre há meses. Ela ainda alertou sobre os perigos da doença, que causa sofrimento por um longo período para suas vítimas. Ainda segundo ela, a melhor prevenção é combater o Aedes aegypti.

“Na verdade, o Espírito Santo está vivendo um surto de chikungunya desde maio. Nós tivemos muitos casos agrupados em Vitória, Vila Velha e Serra. É um problema da Grande Vitória. São muitos casos. Em abril, meu consultório estava funcionando normal, mas não atendia coronavírus, e eu atendia chikungunya todos os dias. Eram uns cinco casos por semana. Se no consultório particular atende isso tudo por semana, nos pronto atendimento (público) era para ter muito mais. Só que as pessoas procuraram menos com medo da pandemia.”

Rubia também falou um pouco sobre os sintomas e tratamento da doença. “Sintomas são febre e dor articular e parece um caso de dengue inicialmente, mas a dor nas articulações é muito importante. Pode vir acompanhada de inchaço nas articulações, que é o edema. O tratamento desta doença deve ser feito com reumatologista, que vai acompanhar para saber se a artrite causada por essa doença não vai ficar pra sempre, pois tem esse risco: sequelas com problemas sérios por toda a vida”, disse.

Por fim, Rubia disse que moradores de comunidades onde mais possuem casos dessa doença, podem se cuidar utilizando repelente. “É fundamental. Tem que reaplicar o repelente conforme o fabricante orienta, dentro do prazo, que na maioria diz de duas em duas horas. As pessoas acabam esquecendo isso. Passam o produto e acham que nunca mais precisam usar de novo. Usando corretamente é um bom aliado.”

Quem enfrenta os sintomas da doença até hoje é Márcia Pimenta, moradora de Parque Residencial Laranjeiras. Ela foi infectada há mais de seis meses, mas continua sentindo os impactos. “A chikungunya não é como a dengue, ela te desmonta, pés inchados, mãos inchadas, fiquei muito de cama. Eu mantenho o meu quintal limpo, a gente sabe que o mosquito existe e temos que cuidar. Mas todos os moradores precisam se unir e enfrentar”, disse à reportagem.

Prefeitura diz que combate mosquito transmissor da doença 

Em nota, a Prefeitura da Serra disse à reportagem que vem desenvolvendo ações de educação e mobilização sociais intensas junto às comunidades com o objetivo de alertar e orientar sobre a limpeza de quintais e casas visando eliminar focos do mosquito. “São realizadas ações de aplicação de larvicidas nos quintais, valões, terrenos e pontos viciados, além do carro fumacê e o uso de bombas costais. Temos também o disque dengue que recebe denúncias (telefone 3228-5394)”, informou.

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