A Serra tem em torno de 75 mil animais, destes cerca de 15 mil estão abandonados nas ruas. Uma das principais reivindicações de ativistas da causa animal e também de moradores do município é a castração gratuita em massa.
E pelo jeito este é um problema longe de ser resolvido. Para a reportagem do TEMPO NOVO a Prefeitura disse que o município ainda estuda a melhor maneira de controlar a população de cães, e que será criado em breve o Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais.
Por meio de nota, o município disse também que estima-se que a população de cães seja em torno de 75 mil animais, e cerca de 20% estejam em situação de rua. Os gatos são em torno de 11 mil, sendo 10% em situação de rua. Dados da Prefeitura, em 2018, a prefeitura vacinou 59.427 cachorros contra a raiva e 9.459 felinos.
Moradora de Jardim Limoeiro, Bárbara Lopes, é uma das serranas que pede providências do município. “Andar pelas ruas na Serra é um verdadeiro terror para quem ama os animais, pois a quantidade de animais vagando é entristecedor. Todos sabemos que a solução para o controle populacional é a castração. Mas a prefeitura nada faz, a única coisa que fazem é a vacina antirrábica, mas essa não é visando o bem estar animal, e sim somente o humano. Em Vitória já vemos movimentação nesse sentido, mas por aqui parece muito distante. Os animais são vistos como nada! O município precisa entender, que é um problema muito além de bem-estar animal, é saúde pública e turismo também”.
De Jacaraípe, Fernanda Crema, também reclama da falta de política de bem-estar animal na cidade. “Já tivemos diversos projetos de leis na cidade que foram feitos por vereadores, Castramóvel, nem aprovado foi, temos a Semana da Castração, que seria em outubro, nunca nem interessou a Prefeitura. Essa questão da nomeação do conselho se arrasta desde 2016 e estamos a ver navios. Precisamos de castração, precisamos resolver este problema da superpopulação de animais de rua”, cobra.
Problema de bem-estar animal, social, saúde pública e turismo
A médica veterinária Glória Cunha que também é presidente da ong Adada – Associação dos Amigos dos Animais – disse que a Prefeitura precisa olhar o problema com mais carinho e rapidez. “A castração é um método de controle natalidade. Somos um município urbano e rural, o problema é sério. Estamos com uma quantidade de animais na rua impraticável. As pessoas não têm só que olhar que tem animais na rua, precisa-se ver além as outras consequências. Porque o animal está na rua: Seus donos não conseguem sustentar, já temos um problema social, sócio-econômico, esse animal na rua, pode ser atropelado, e quem vai tratar? O dono, esse nem vai saber que foi atropelado. Provável que um protetor irá pegar e cuidar e se o animal morrer no meio da rua? Quem tira? O lixo hospitalar? Isso já é saúde pública. Se o animal morder alguém na rua? O turismo, as praias estão lotadas de animais. Precisamos de solução urgentemente”.
Glória conta que sua ong tem projeto protocolado na Prefeitura para realizar castrações, mas nunca saíram do papel. Já tiveram também verba de emenda parlamentar direcionada para o mesmo fim, que também até hoje não chegou até a ong. “Estamos com processo no Ministério Público”.
Vitória
Em Vitória, a Prefeitura anunciou a meta de realizar 10 mil procedimentos gratuitos de castração este ano e em 2020.