Linha, agulha e tecido: com esses três objetos em mãos, várias moradoras da Serra tem conseguido perpetuar a arte milenar de bordar. Seja na vertente do ponto cruz como no vagonite, assim como outros tipos de ponto como o reto e o russo, muitas artesãs fazem do ofício um hobby. Já outras utilizam o trabalho manual como forma para garantir uma renda extra para a família.
Creuza Tavares Kiinsch, de Jardim Limoeiro, trabalha há mais de vinte anos com artesanato. Com 63 anos, a artesã conta que o ofício rende um dinheiro extra e também ajuda a passar o tempo. Ela se dedica aos bordados do tipo vagonite e também ao crochê. “Sempre fiz muito ponto cruz, mas com a chegada da idade, meus olhos já não ajudam mais. Tenho me dedicado bastante a pintura tanto a mão livre quanto vazada em panos de prato e toalhas de banho. Agora estou me aventurando também em fazer bonecas de pano. O negócio é exercitar a mente e não parar”, conta.
Franciele Subtil Gomide, de Jacaraípe, também garante uma renda extra com a venda dos produtos feitos a mão e a produção está a todo vapor de olho no Natal. Ela já prepara temas natalinos para a data em panos de prato e borda em ponto cruz todo tipo de estampa. Outra arte da qual ela se dedica é o vagonite. “Eu aprendi com minha madrinha desde os dez anos e aprimorei com minha sogra, aprendi vagonite, mexer em máquina de costura. Com os trabalhos que fazemos conseguimos conquistar uma renda extra. Temos uma página no Facebook que expõe nosso trabalho: Trabalhos Manuais”, afirma.
De Feu Rosa, Elcy Castro, de 74 anos, revela que já ganhou muito dinheiro bordando toalhas em ponto cruz e fazendo bicos de crochê, mas que hoje a atividade virou um hobby. “Sempre fiz e continuo fazendo, mas agora é mais para presentear um parente, uma amiga mais próxima. Tomo conta de duas netas e me dedico de forma a ocupar o tempo vago mesmo, não consigo mais pegar encomendas”, destaca Elcy, que borda desde os seis anos de idade.