Serranos que driblaram a falta de dinheiro e chegaram a faculdade

 

Elaine, moradora de Barcelona, trabalhava como auxiliar de lanchonete, passou na Ufes e já está estagiando como professora. Foto: Fábio Barcelos

Thiago Albuquerque

Nunca foi fácil para pessoas de baixa renda fazer faculdade, especialmente neste momento de crise econômica. Só com muito esforço, perseverança e, muitas vezes, com ajuda de projetos sociais, os brasileiros que não são de famílias ricas ou de classe média conseguem um diploma de curso superior e com ele, a tão sonhada melhora de vida.

Na Serra não é diferente. Caso de Elaine Cristine Nunes, moradora de Barcelona. Atualmente ela estagia como professora dos Ensinos Fundamental Médio na escola Monteiro Lobato em Vitória, além de corrigir redações.  Mas antes não era assim. Ela trabalhava como de lanchonete e ficou 10 anos sem estudar.

“Então decidi entrar no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e comecei a faculdade. Só que neste meio tempo ficou desempregada e precisei deixar o estudo.  Foi  quando conheci o projeto Ser de Barcelona, que dá aulas gratuitas para o Enem.  Então, com muita força de vontade, consegui passar em letras na Ufes em primeiro lugar. Hoje estou cursando ainda, mas já faço trabalhos como professora estagiária”, destaca.  

Mudança que também impactou a vida do Engenheiro Ruan Dias, que reside em Morada de Laranjeiras. Ele precisou vender bolos de pote por quatro anos para conseguir pagar um cursinho pré-vestibular/Enem.  

“Eu precisava juntar dinheiro para pelo menos garantir um ano de cursinho, ter paz de espírito na hora de estudar, e consegui. Passei na federal de primeira. Hoje tenho meu apartamento e pretendo ter filhos em breve. Para mim só quem tem preguiça não segue adiante. Por mais difícil que seja nós damos um jeito de fazer dar certo”, afirma Ruan, que se formou na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).     

E quem está na luta para dar esse salto é a moradora de Nova Almeida, Ercília Stanciany da Silva Mozer, de 46 anos. Ela é catadora de material reciclável, mas reduziu atividade para estudar. Ercília se formou em Artes Plásticas na Ufes e agora faz pós-graduação em Arterapia.

“Meu esposo continua juntando material reciclado e eu ajudo quando posso.  Digo que o material reciclável já mudou as nossas vidas, mas pretendo buscar uma colocação no mercado dentro da área que estou estudando. Acho que a pós-graduação vai me dar um leque maior de possiblidades, mas já realizei o sonho de me formar”, conclui.   

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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