O servidor da Prefeitura Municipal da Serra, apontado como o motorista causador do acidente que matou o casal de idosos Lucia Maria Cerchi Maestrini, de 79 anos, e Alberto João Maestrini, de 83 anos, foi indiciado nesta semana. A informação foi divulgada nessa quinta-feira (7) pela Polícia Civil (PCES).
O motorista em questão, tem 24 anos e trabalhava como professor na rede municipal de educação. Em conformidade a Lei Geral de Proteção de Dados, a identidade dele não foi divulgada pela PCES.
O acidente aconteceu na madrugada do dia 8 de setembro deste ano, na ES-257, na altura de Barra do Sahy, em Aracruz. O casal voltava de Mar Azul, onde tinham uma casa de praia, para Santa Teresa, onde moravam.
De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Infrações Penais e Outras (Dipo) de Aracruz, delegado Roberto Fanti, responsável pela investigação, no dia acidente o casal saiu mais cedo da casa de praia a fim de não pegar trânsito na estrada.
Porém, por volta de 5h da manhã o carro dos idosos, de modelo celta, foi atingido na traseira por um veículo de modelo cruze, pilotado pelo servidor. O que os fez perder o controle e bater. As vítimas morreram na hora e o motorista fugiu do local.
Segundo o delegado, cerca de 900 metros depois do acidente, o carro do motorista apresentou pane e em seguida pegou fogo. Neste momento, uma testemunha que passava pelo local, socorreu o motorista que segundo ela “parecia estar desnorteado tentando mexer no celular”.
“Nas palavras da própria testemunha, ele teria morrido queimado (se não fosse retirado), porque logo em seguida o carro começou a pegar fogo. Em fotos que foram divulgadas dos veículos, é possível ver que o carro ficou totalmente incendiado. E segundo a testemunha, ele salvou a vida desse motorista, porque senão ele teria morrido”, destaca o delegado.
Após incêndio do carro, o motorista foi levado a uma unidade de saúde pública onde recebeu tratamento e foi liberado no mesmo dia. No dia seguinte se apresentou na Delegacia de Aracruz, afirmando ser o responsável pelo ocorrido.
Apesar de não ter sido possível realizar o teste do bafômetro na hora, a linha de investigação aponta que o motorista estava alcoolizado no momento do acidente. Isso se aplica primeiro ao fato de terem sido encontradas garrafas de bebida alcoólica no veículo e segundo por ele estar em uma festa momentos antes do acidente.
Em depoimento, ele negou ter bebido e garantiu que o material pertencia a uma amiga que foi junto com ele para a festa, apresentando o comprovante de pagamento no nome dela. Porém, o delegado aponta que há provas suficientes de que ele havia bebido, como por exemplo o depoimento da testemunha que o ajudou a sair do carro.
Conforme apurado por Tempo Novo, ainda no andamento das investigação, outra testemunha afirmou que ele não bebeu durante a noite toda. “Entendemos que ela possivelmente tentou protegê-lo e também foi indiciada por falso testemunho”, relembra o titular.
Dessa forma, ele será acusado por homicídio de dolo eventual. “Ele não saiu de casa para matar ninguém, mas a união da bebida alcoólica com a alta velocidade levou a esse fato. E eu somei a isso o fato de que ele foi acompanhado à festa e a companhia dele não voltou com ele, quis ficar e dormir na festa. Ele poderia ter dormido dentro do carro, ou na festa. Enfim, tinha muitas opções a não ser pegar a estrada”, destaca o delegado.
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