A possibilidade do óleo que castiga o mar no Nordeste chegar ao ES e atingir também os cerca de 24 de praias da Serra já mobiliza a cidade. Tanto que, nesta quinta –feira (31) servidores do Departamento de Recursos Naturais e da Fiscalização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente irão à Linhares participar de curso sobre contenção e limpeza de óleo nas praias.
O curso será feito em conjunto com servidores dos municípios das cidades litorâneas do norte capixaba, que devem ser as primeiras atingidas caso a contaminação alcance águas capixabas. O que é possível, uma vez que corrente marítima flui da região próxima a Salvador, Bahia – que foi atingida pelo óleo – em direção ao Espírito Santo, conforme explicou em entrevista ao Tempo Novo, o professor do departamento de Oceanografia da Ufes, Ricardo Ghisolfi.
Também na semana passada, a assessoria de imprensa da Semma informou que o órgão pleiteou o ingresso no comitê de emergência criado pelo Governo do Estado no último dia 22 para monitorar a situação, coordenar ações na tentativa de minimizar os estragos do desastre/crime ambiental e também contabilizar os impactos locais caso ocorram. O comitê também tem participação da Marinha, Ibama e ICMbio.
Ontem (30) a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Seama) informou que o ponto mais ao sul que o óleo atingiu é Ilhéus, Bahia, distante cerca de 400 km do ES e 600 km da Serra. Ressaltou inclusive que o volume do material encontrado naquele local vem aumentando.
Mesmo sem chegar à Serra e ao ES, o óleo já está causando impactos locais. No início da semana, o Governo Federal decidiu proibir a pesca de camarão e lagosta em boa parte do litoral baiano até a divisa com o ES, que fica na região de Abrolhos. Como o local é o principal pesqueiros dos profissionais serranos e dos demais municípios do capixabas, eles serão afetados, assim como toda cadeia associada, de restaurantes à peixarias, passando por revendedores de combustíveis e prestadores de serviço para as embarcações.
A proibição é por conta do risco de contaminação química dos crustáceos e começa nesta sexta (01) e vai até 31 de dezembro. Confira aqui matéria publicada ontem pelo TEMPO NOVO detalhando esses impactos para economia da Serra e ES.
Até agora não foi apontada a origem do derramamento do petróleo cru que já atingiu mais de 250 praias nos nove estados do Nordeste do Brasil em dois meses.