Por Ana Paula Bonelli
A maioria das pessoas que quer adotar uma criança prefere os bebês. É difícil encontrar famílias dispostas a abrir o coração para as maiores de seis anos, o que dirá para uma menina de doze. Pois foi justamente esta a decisão de uma família da Serra.
A história da menina Sheylla Alice Viana dos Santos Angeli foi diferente e com final feliz. Ela foi adotada por uma família aos doze anos, depois de viver mais de cinco num abrigo.
Quem conta a experiência é a mãe Cleonice Viana dos Santos Angeli que conheceu a menina quando foi trabalhar no abrigo Lar Semente do Amor, em Balneário Carapebus.
“Fui trabalhar lá e a conheci. Eu digo que a Sheylla nos escolheu. Nos apaixonamos e resolvi em consenso com toda a família entrar com o processo de adoção”, conta Cleonice que acrescenta que todo o processo durou cerca de sete meses.
Sheylla hoje está beirando os dezesseis anos. Lá se vão quatro anos de convivência ao lado dos dois irmãos e do pai. “Somos uma família completa. Temos uma relação de confiança, de carinho, de troca, de afeto e amor. É claro que temos algumas dificuldades, coisas normais de família. Sheylla se dá muito bem com os irmãos. Ela cuida deles e eles cuidam dela. Ela espanta as namoradas indesejadas, precisa ver, é muito cuidadosa”, detalha a mãe.
“A sociedade precisa compreender que adoção é amor e se constrói independente da idade. Tem meninos que estão abrigados há mais de dez anos. Eles precisam de vivência familiar. Muitos sonham em encontrar um lar”, lembra Cleonice.
Se você tem interesse em adotar uma criança, o primeiro passo é procurar o Juizado da Infância e Juventude de sua cidade. Na Serra, fica em Laranjeiras. O interessado irá preencher o requerimento e passar por diversas etapas, entre elas, laudo social e psicológico.
Segundo dados do Juizado da Infância e da Juventude da Serra, no município existem doze abrigos que acolhem cerca de noventa meninos e meninas.