Bruno Lyra
A situação da rodovia do Contorno de Vitória (BR 101) é um dos escárnios da concessionária Eco 101 para com o Espírito Santo. Da mesma forma que escancara a fragilidade das lideranças políticas capixabas. Quando a concessão foi feita o governador do ES tinha ótimo relacionamento com o Palácio do Planalto. Da mesma forma que o atual governador, que até é do mesmo partido do presidente.
Como pode um dos trechos mais importantes e movimentados da rodovia concessionada à iniciativa privada em 2013, com cobrança de pedágio desde 2014 cujo valor médio da tarifa já subiu cerca de 40%, estar em situação tão ruim? São buracos e desnivelamento da pista em diversos pontos nos 25 km entre o trevo da Ceasa em Cariacica e Carapina na Serra.
Além de retirar o trânsito de veículos pesados da capital Vitória, que inclusive tem restrições a esse tipo de tráfego, o Contorno abriga expressivo parque logístico e industrial. Certamente é um dos trechos com maior tráfego nos mais 400 km da 101 no ES. Na Serra tem os polos Tims, Piracema e Jacuhy. Em Cariacica, diversas distribuidoras, portos secos e até filial da Zona Franca de Manaus.
Mesmo tendo os maiores bolsões de pobreza e demandas sociais do ES, Cariacica e Serra tiveram gastos milionários para iluminar a rodovia. Iluminação esta que praticamente não funciona por conta dos constantes roubos de fiação. Nem para monitorar e chamar a polícia para impedir esses roubos a Eco 101 serve.
O argumento da Eco 101 de que não pode fazer melhorias estruturais na pista porque ainda não tem a concessão do trecho é esdrúxulo. Como não? O que faz o Serviço de Apoio ao Usuário da própria empresa na Serra perto da ponte do rio Santa Maria? E as passarelas de pedestres instaladas no trecho com frases informando que foram feitas com recursos do pedágio do usuário?
Aliás, para o usuário uma certeza. Que além dos impostos que paga, tem que custear pedágio também. E os pneus e outras peças dos veículos que quebram com frequência ao passar em via tão precária. Conta que fica ainda mais feia ao lembrar que a duplicação está para lá de atrasada e a Eco já admitiu que não cumprirá o contrato. Aliás, o Contorno é duplicado porque já foi entregue assim pelo poder público. Será que não dá pra Eco fazer pelo menos um tapa buraco no trecho?
Rumo a Câmara Federal
Yuri Scardini
A Serra vai contar com pelo menos 11 candidatos à Câmara Federal em Brasília, com domicílio eleitoral na cidade. Vidigal é sem dúvida o mais competitivo, dado a todo o histórico político de três mandatos de prefeito. O PDT projeta-se algo em torno de 80-90 mil votos a Vidigal. Número que pode significar pouco menos da metade dos votos válidos previstos.
Mas Vidigal que se cuide, pois tem nomes de peso eleitoral correndo por fora. Um deles é Amaro Neto (PRB), que apesar de não ter intensa ligação política com a Serra, é cotado para ter uma boa votação por aqui. Dado ao seu perfil político e o histórico da campanha de 2104, quando foi o 3º candidato a deputado estadual mais votado na Serra.
Além dele, a ex-secretária de Educação da Serra, Márcia Lamas vem chancelada por Renato Casagrande e pode abocanhar uma boa quantidade de votos. Expectativa também está no tamanho que Guto Lorenzoni (Rede), candidato do prefeito Audifax Barcelos (Rede), pode tomar. É notório o esforço de Audifax em eleger Guto, além de ser um compromisso do prefeito com a presidenciável Marina Silva. Entre os desafios de Guto está a coligação (MDB, Rede, Podemos, Patriota e PMN), que pode dificultar já que conta com o atual deputado Lelo Coimbra (MDB) na chapa e não há certeza se conseguirão fazer duas vagas.
Outro apertado na chapa é Givaldo Vieira (PCdoB). Que ficou com PPS, PP, Pros e PHS. Givaldo vai precisar bater os candidatos de Luciano Rezende (PPS- Prefeito de Vitória), como Da Vitória, Lenise Loureiro e Luiz Paulo. Além dos Progressistas como Evair de Melo e Marcos Vicente, apoiado pelo deputado estadual Jamir Malini (PP).
Já Manato, deixou a reeleição para disputar o governo, e escalou a esposa, Soraya Manato (PSL) para tenta transferir seu espólio. Manato vinha em alta no eleitorado serrano por conta da ligação com Jair Bolsonaro, e é possível que Soraya leve uns votinhos por aqui.
Além desses, a Serra ainda conta com o vereador Miguel da Policlínica (PTC) e o médico Luiz Carlos Bezerra (PV). Espera-se também uma votação razoável para o vice-governador Cesar Colnago, impulsionada pela transferência de votos que Vandinho Leite possa dar a ele. Como visto, são muitas opções, resta saber se isso vai redundar em mais representação da cidade ou enforcamento coletivo dado ao excesso de candidatos…