Bruno Lyra
Diante das mortandades recorrentes de peixes na lagoa Juara e da radical mudança do rio Jacaraípe por conta da dragagem que a Prefeitura fez, aumentando e muito a entrada de água do mar na lagoa, ativistas do Movimento Ambiental da Serra resolveram agir.
Na última segunda-feira (12) o grupo criou uma comissão para acompanhar os estudos, projetos e intervenções visando a melhoria da qualidade da água da lagoa e do rio que a liga à praia de Jacaraípe. Dentre essas intervenções, as obras para ampliação da rede e melhoria da qualidade do tratamento de esgoto na região, a recuperação da mata ciliar e do manguezal destruídos pela dragagem e alargamento do rio, até um possível sistema para controlar a entrada de sal na lagoa e evitar mais mortandade de peixes.
A ativista Luciana Castorino, disse que a comissão é composta por representantes das associações de pescadores da lagoa e do mar, líderes comunitários dos bairros da região, da associação comercial local, além de integrantes do próprio Movimento Ambiental.
“A ideia de formar uma comissão permanente com integrantes de vários segmentos da comunidade surgiu após a Audência Pública na Câmara que foi pedida por nós e realizada pelo vereador Gilmarzinho (PT) e as reuniões que fizemos com a Secretaria de Meio Ambiente da Serra (Semma) cobrando medidas contra a morte de peixes na lagoa. O resultado desse trabalho já foi entregue ao Ministério Público, que deve acompanhar os passos da comissão”, explica.
A secretária interina de Meio Ambiente da Serra, Graciele Petarli, confirmou o interesse do município em estudar uma forma de controlar a entrada de sal na lagoa. “A intenção é firmar convênio com a Ufes, para que especialistas possam apontar que tipo de intervenção é possível no rio, sem que ao mesmo tempo isso vire uma barreira ao escoamento das águas nas chuvas fortes”, explica.
Segundo Graciele, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) que a Prefeitura contratou para avaliar as alterações que a dragagem e alargamento nos 10 km do rio Jacaraípe fariam à lagoa, não previram que iria entrar tanta água salgada.
“Talvez por nunca ter tido no histórico de registros, uma seca tão violenta quanto à que a gente enfrentou. Mesmo assim a procuradoria do município estuda a possibilidade de acionar a empresa responsável pelo EIA na Justiça”, revela.
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