Em 2023, não haverá eleição, mas é ano de fazer o dever de casa na política e junto ao eleitor, para que em 2024 tenha um assento à mesa de negociações partidárias. Quem parece estar decidido a participar dessa construção na Serra é o deputado federal Amaro Neto, do Republicanos. Em diálogo com a coluna, o jornalista fez questão de explicitar o sentimento de que a era ‘Vidigal e Audifax’ pode terminar no ano que vem.
O parlamentar afirmou que reconhece o trabalho prestado pelo atual prefeito Sergio Vidigal (PDT) e pelo ex-prefeito Audifax Barcelos (sem partido). No entanto, acredita que a “cidade pede renovação política”. Na visão dele, existe uma janela aberta junto ao eleitor serrano que possibilita o surgimento de uma nova liderança para ocupar a função de prefeito. Perguntado se essa liderança política poderia ser ele próprio, Amaro não titubeou, afirmando que sim, pode ser ele.
“Tudo é uma construção partidária. Eu coloquei para o partido [o Republicanos] que posso ser candidato na cidade em que tenho domicílio eleitoral [Serra]. E se o partido desejar, posso disputar em Vitória também. Lá temos o Pazolini [Lorenzo Pazolini, atual prefeito]. Na quinta-feira (13), sentamos com ele para conversar e definimos ações partidárias. Ele não quer falar de eleição agora, mas disse que permanece no partido e na frente vamos decidir o que faremos”, explicou Amaro.
O deputado detalhou o cenário na Serra em relação ao Republicanos. De acordo com ele, o partido tem sido procurado pelo vereador Igor Elson (presidente municipal do PL) para afunilar um diálogo partidário. Houve também uma tentativa de contato por parte do ex-prefeito Audifax, sem sucesso. Amaro adiantou que estão bem avançadas as conversas junto ao deputado estadual Pablo Muriberca, no sentido de filiá-lo ao partido.
“Estive com o Muribeca, nós conversamos… diálogo muito amistoso. Ele pensa em migrar para o Republicanos, caso haja a fusão partidária [Patriota + PTB], o que para nós seria muito bom. E mais à frente veríamos se ele ou eu seria o candidato a prefeito da Serra. Até porque agora não é momento dessa definição… É momento para construção, buscar nomes para chapa de vereadores e iniciar um diálogo com as diversas forças estabelecidas na cidade. O certo é que com a chegada de Erick [Musso] na presidência do partido, vamos estar muito forte e organizados na eleição de 2024 no Espírito Santo”, detalhou.
Amaro enfatizou que não existe qualquer diálogo de Audifax com o Republicanos via diretório nacional, conforme foi ventilado nos últimos dias. Além disso, o deputado disse que a Serra quer “oxigenar” o Executivo.
“Acredito que Audifax e Vidigal já fizeram muito pela Serra. Acredito que precisamos oxigenar o Poder Executivo com nomes novos… Tem aí o Philipe [Lemos, PDT], eu, Pablo, Xambinho [PSC], Vandinho [PSDB/Cidadania], Igor Elson… Sou fã do trabalho do Vidigal e Audifax, mas a Serra precisa renovar… oxigenar. A polarização existe, pois existem resultados nos anos que passaram, mas precisa ter outros nomes no sentido de continuar a avançar. Acredito que é bom para a sociedade termos alternância de poder. Temos isso em outros municípios. Por que não na Serra?”, questionou.
Amaro Neto tem domicílio eleitoral na Serra. Atualmente, ele reside em Vila Velha. Sobre essa questão, o deputado se mostrou tranquilo. Afirmou que já morou por muitos anos na cidade – em São Diogo – e conhece bem a Serra e os desafios do município. Afirmou também que a Serra é parte da região metropolitana da Grande Vitória e muitos problemas, como saúde, segurança, transporte coletivo, abastecimento de água e saneamento, são resolvidos por meio de um olhar metropolitano. Por isso, essa relação de vivência com as cidades vizinhas da Serra poderia “ampliar” o olhar na resolução de problemas crônicos.
Participante direto ou não, Amaro deve ser um dos protagonistas eleitorais na Serra, seja como candidato ou cabo eleitoral. Com os pés fincados no pleito entre Serra e Vitória, Amaro é uma força eleitoral muito considerável e expressiva. Ancorado em um partido grande e com possibilidade de aglutinar muita coisa ao redor, é sem dúvida uma força, até o momento oposta ao modelo ‘Vidigal e Audifax’, das mais robustas junto ao eleitor serrano.