Bruno Lyra
O anúncio no novo Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, de que não vai autorizar a volta das atividades da Samarco (Vale + BHP) não é uma boa notícia para o Espírito Santo. E nem para Serra, que apesar de não contar com atividades diretas da empresa, possui uma série de terceirizadas que prestam serviço à planta da Samarco em Anchieta, cidade do litoral sul do ES.
Até novembro, quando completará um ano do desastre da barragem de rejeitos em Mariana, essas terceirizadas com sede fiscal na Serra devem perder R$ 300 milhões em faturamento, segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes). Até fevereiro 350 trabalhadores já haviam sido demitidos na Serra por este motivo. Novas demissões devem acontecer.
A arrecadação municipal, já combalida por outros fatores, deve cair 5% sem a Samarco. Péssimo negócio para uma cidade que tem enormes demandas sociais. O argumento do ministro Sarney na recusa à autorização é plausível, alegando que a Samarco sequer conseguiu estancar o vazamento de rejeitos de minério da barragem de Fundão para a bacia do rio Doce e dali para o litoral capixaba. Isso seis meses depois do rompimento.
A posição do ministro que só discute a retomada após melhorias expressivas na região do desastre, indica que os planos de retomada da operação das atividades da mineradora no último trimestre do ano estão pra lá de ameaçados. Agências de risco já haviam alertado para isto, em função da capacidade financeira da empresa e a dimensão dos estragos sociais, econômicos e ambientais.
É hora das megamineradoras donas da Samarco, a brasileira Vale e a anglo australiana BHP Billiton, assumirem o prejuízo. Acordos extrajudiciais, multas que não vão ser pagas em sua maioria, não vão reparar os danos. Principalmente se o dinheiro ficar na mão de gestores públicos. Publicidade para reduzir a imagem negativa das empresas, também não.
O primeiro passo é reconstruir a estrutura da barragem e reparar o dano patrimonial dos que foram diretamente afetados. Para ontem, de maneira plena e transparente. E montar um verdadeiro exército para retirar a lama do rio Doce e recuperar as margens, onde for possível fazer isso. A retomada da produção é fundamental para a economia do ES, não podemos ficar só com a lama contaminando a nossa principal fonte de água doce e o oceano.
É claro que este modelo de mineração e siderurgia vai (e precisa) mudar, para algo mais austero e responsável. Até pela evolução tecnológica e dos hábitos de consumo da humanidade. Mas não vai acontecer do dia para a noite e, por enquanto, precisamos dele, sujo do jeito que é.
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