
A investigação que apurava a morte do cachorro comunitário Negão foi concluída nesta quinta-feira (20) pela Polícia Civil do Espírito Santo através da Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente (DEPMA). O animal morreu após ser esfaqueado no último sábado (15) no bairro Valparaíso, na Serra.
De acordo com a PCES, o suspeito do crime, de 35 anos, foi identificado e será indiciado. O caso teve início após uma denúncia feita por uma vereadora da cidade da Serra, que relatou ter sido informada, no domingo (16), sobre o assassinato do cachorro comunitário ‘Negão’, que era alimentado diariamente por moradores locais. A vereadora Raphaela Moraes se dirigiu até o local do crime e obteve o relato de uma testemunha, que presenciou a agressão.
A testemunha explicou que, por volta de duas horas da madrugada, estava sentado em uma calçada quando o suspeito se aproximou de bicicleta, desceu e desferiu uma facada mno cachorro até atingir o cabo da faca. O animal saiu chorando e sangrando até morrer. A testemunha tentou socorrer o cachorro, mas não conseguiu deter o suspeito, principalmente porque havia outro cachorro no local que fugiu assustado. Rastros de sangue do animal foram encontrados no local do crime.
A vereadora acionou a Guarda Civil Municipal (GCM) da Serra, que compareceu ao local e iniciou diligências para localizar o suspeito, porém ele não foi encontrado. A Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente (DEPMA) analisou imagens das câmeras de monitoramento da Prefeitura da Serra e de estabelecimentos comerciais locais, o que ajudou a confirmar a autoria e a materialidade do crime.
O delegado Leandro Piquet, adjunto da DEPMA, ressaltou a importância da colaboração de todos os envolvidos, incluindo uma defensora da causa animal, que ajudou no processo de identificação da testemunha e no acesso às imagens. “Foi um trabalho importante e com a colaboração de todos conseguimos avançar rapidamente, superando dificuldades”, explicou o delegado.
A vereadora explica que agora o caso agora segue para o Poder Judiciário. “Isso dá ao caso a resposta que a sociedade espera, muito embora o que se esperava, mesmo, é que ele fosse preso. De toda forma, que a população entenda que não gostar de animais é direito individual de cada um, mas se maltratar, o problema é nosso e vamos empreender todos os esforços para que sejam punidos todos que assim o fizerem. Basta de maus-tratos a animais! Toda vida importa”.
O suspeito de 35 anos será indiciado por maus-tratos a animais. Por envolver cães ou gatos, a pena é de 2 a 5 anos de reclusão, multa e proibição da guarda, conforme a Lei nº 14.064/2020. Como o animal morreu, a pena aumenta de um sexto a um terço. Com a autoria confirmada, o inquérito foi concluído e será enviado ao Judiciário.