Há poucas semanas do fim do ano, a escolha do nome para suceder Neidia Pimentel (PSD) na presidência da Câmara de Vereadores para o biênio 2017/18, volta a fazer ferver os bastidores da política local. Ainda é difícil dizer quem vai sentar na cadeira de chefe do Legislativo, mas entende-se que sairá do grupo de aliados do prefeito Audifax. Inegavelmente quatro nomes emergem como fortes candidatos: Guto Lorenzoni (PP); Luiz Carlos Moreira (PMDB); Alexandre Xambinho (Rede) e Miguel da Policlínica (PTC).
Guto Lorenzoni é experiente, conhece bem o regimento interno e carrega a simpatia de lideranças políticas que foram substanciais na campanha vitoriosa de Audifax. Porém, nos corredores da Câmara, Guto tem expressado um desejo de voltar a ocupar uma cadeira de Secretário Municipal, pois estaria muito desgastado com vários colegas vereadores, além de se manter competitivo para a disputa de deputado estadual em 2018.
Outro fator que pesa contra Guto é a viva lembrança dos conturbados anos em que ele presidiu Câmara (2013-2014), onde Audifax teve muita dificuldade para aprovar matérias de interesse do Executivo. Na ocasião, ficou claro que Guto não teve pulso para controlar os ânimos acirrados de uma oposição articulada.
Outro nome cotado é do experiente Luiz Carlos Moreira, líder do PMDB na Serra e ex-deputado estadual. Moreira contrariou a orientação do governador Paulo Hartung e manteve a sigla no palanque de Audifax na eleição. Além disso, como líder do governo, demostrou eficiência para conduzir as matérias viscerais do Executivo na Câmara. Por exemplo, a votação que homologou a Guarda Municipal. Mas, o empoderamento de Moreira é visto com muita desconfiança pelas lideranças ligadas à Audifax, dado a conhecida volatilidade e independência do experiente vereador.
Remédio para curar calo e fraturas
O jovem e articulado Alexandre Xambinho é outro que vem despontado com forte potencial para o cargo. Ele já demostrou que sabe ‘comer pelas beiradas’, além de estar na Rede, mesmo partido de Audifax. Sem contar que Xambinho foi peça importante no segundo turno das eleições. Em seu reduto, Barcelona, Audifax teve 800 votos a mais que no 1º turno.
Joga contra Xambinho sua pouca experiência, a antipatia que sofre por parte de lideranças de fora da Rede, sobretudo por ser visto como potencial candidato à Assembleia Legislativa em 2018.
Por fim, mas não menos importante, o vereador Miguel da Policlínica tem colocado seu nome na disputa. Além de ser um dos parlamentares mais leais à Audifax, Miguel não inspira tantos cuidados quanto o nome de Moreira, não possui o desgaste que Guto tem e não é promissor igual à Xambinho a ponto de incomodar as outras lideranças do grupo de Audifax.
A pedra no sapato de Miguel, é que seu nome ainda não traz a solidez que o cargo precisa. Mas caso o vereador consiga mostrar o contrário para Audifax e seu grupo, ele terá plenas condições de sentar de forma competitiva na mesa de negociações.
A Câmara foi um dos maiores calos no sapato de Audifax neste mandato. Escaldado, o prefeito reeleito já teria entrado de corpo e alma nas negociações para alçar à chefia da casa um aliado fiel e competente.
Com isto, a tendência é que Audifax tenha menos dificuldades com o Legislativo na próxima gestão, até porque, sobraram poucos vereadores para lhe fazer oposição ostensiva. Sem contar que estes ainda podem ser atraídos para o seio governista. O que Audifax não pode deixar acontecer é seu grupo político trincar já neste processo eleitoral da Câmara.