Ayanne Karoline
Apesar de causar grandes estragos, o rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, em Mariana (MG), não afetou a produção da Vale, acionista da empresa, aqui no Espírito Santo. O Complexo de Tubarão, por exemplo, que atualmente movimenta cerca de 120 milhões de toneladas de produtos, não foi afetado.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Vale informou que o acidente da Samarco não impacta a operação nas oito usinas de Tubarão nem no porto localizado em Vitória, uma vez que este recebe minério das minas da Vale, que apesar de próximas às da Samarco, não foram afetadas. Informou ainda que não houve nenhum impacto nas Estradas de Ferro Vitória Minas.
Situação bem diferente das usinas de pelotização e do porto de Ubu da Samarco em Anchieta, litoral sul do ES, que terão suas operações industriais paralisadas. Segundo a Samarco, isso acontecerá ao final dos estoques de minério, bem como as operações de embarque, que serão interrompidas ao término dos estoques de produtos. Ainda não há previsão em data para a suspensão dessas atividades.
Ações em queda
A imprensa nacional publicou na última sexta-feira (6) que as ações ordinárias da Vale fecharam em queda de 7,55%, cotadas a R$ 15,67, em meio à repercussão do rompimento de duas barragens da Samarco. Segundo o site Valor Econômico e Revista Exame, as ações preferenciais classe A da mineradora recuaram 5,7%, a R$ 13,06.
A brasileira Vale e a australiana BHP Billiton são as proprietárias da Samarco.
Outra grande empresa que atua no Espírito Santo pode ser afetada pela lama de minério que está descendo o rio Doce, que foi atingido pelo material das represas de rejeito da Samarco: a fábrica de celulose da Fíbria (Ex – Aracruz Celulose), localizada em Aracruz, norte do ES.
É que a Fíbria capta água no rio Doce, através do canal de cerca de 38 km que construiu para levar água do rio Doce de Linhares até sua fábrica em Barra do Riacho, Aracruz. Com a previsão de chegada da lama nos próximos dias no local, a empresa pode ter de suspender a captação de água.
A assessoria de imprensa da Fíbria disse que a empresa assim como todos os demais usuários atendidos pelo Canal Caboclo Bernardo, está acompanhando a situação do avanço da lama pelo Rio Doce. Com o objetivo de preservar o ecossistema dos rios que recebem a água do Canal e de manter a qualidade da água para consumo de produtores rurais e comunidades como a de Vila do Riacho, em Aracruz, a empresa seguirá a recomendação do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Aracruz e da Agência Nacional de Águas (ANA), fechando as comportas que captam água durante a passagem da lama. A suspensão temporária da captação do Rio Doce não afetará a produção da Fibria, que tem o Canal Caboclo Bernardo como fonte complementar e tem alternativas para situações de contingência.
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