ATUALIZAÇÃO: Os rodoviários informaram ao TEMPO NOVO na tarde desta terça-feira (1), que receberam o pagamento, que estava em atraso, e a greve está suspensa. Sendo assim, os ônibus irão circular normalmente nesta quarta-feira (2). Leia a nova matéria, clicando aqui.
Os capixabas que dependem do transporte público, inclusive moradores da Serra, serão afetados pela greve dos rodoviários prometida para a próxima quarta-feira (2). De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários), funcionários das empresas que fazem parte do Consórcio Atlântico Sul estão aderindo a paralisação por conta de atrasos nos pagamentos de salário e benefícios.
De acordo com o sindicato, apenas os ônibus que são de responsabilidade desse consórcio serão afetados, dessa forma, haverá coletivo circulando pelas ruas. O presidente do Sindirodoviários, José Carlos Salles, conversou com o TEMPO NOVO, mas não soube dizer quais linhas da Serra serão atingidas por conta da paralisação. “A Serra também será afetada. São as empresas do Consórcio Atlântico Sul, que atende linhas da cidade”, destacou.
Em sua página oficial do Facebook, o Sindirodoviários informou que será mantida em circulação 30% da frota de coletivos. “Os trabalhadores decidiram decretar greve com paralisação das atividades destas empresas. Durante (a greve), será mantida em circulação 30% da frota dos ônibus que operam o sistema.” Segundo o sindicato, outras cidades da Grande Vitória também sentirão o impacto do movimento.
A reportagem entrou em contato com o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) para saber quais linhas da cidade são atendidas pelos funcionários das empresas do Atlântico Sul, mas o GVBus afirmou que não irá se pronunciar sobre o assunto.
A Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb) também foi acionada, mas ainda não retornou. Caso a demanda seja respondida, essa matéria será atualizada com as informações.
VAI TER GREVE!
Posted by Sindirodoviários Espírito Santo on Friday, August 28, 2020
Empresas do Transcol relatam prejuízo e Governo do Estado paga combustível dos ônibus
As empresas ainda não se manifestaram sobre o atraso no pagamento de salários, mas conforme noticiado pelo TEMPO NOVO no dia 16 de agosto, a pandemia causada pelo novo coronavírus está trazendo prejuízos milionários para as empresas que atuam no Sistema Transcol. De acordo com o membro do Comitê Executivo do Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus), Murilo Lara, só não houve um colapso porque o Governo do Estado forneceu combustível, o que atenuou a situação, evitando uma demissão em massa.
Em cinco meses, as empresas que atuam no Sistema Transcol amargaram um prejuízo de R$ 116 milhões. A afirmação é do Murilo Lara, membro do Comitê Executivo do GVBus. De acordo com ele, por pouco não ocorreu uma demissão em massa no sistema e isso foi evitado pelo fornecimento de combustível feito pelo Governo do Estado. Entre 15 março e 31 de julho, as perdas ficaram acima de R$ 116 milhões.
Agora, cinco meses desde o início das ações de combate à Covid-19, as empresas afirmam que continuam contabilizando os prejuízos. “(Nesses meses de pandemia), as perdas ficaram acima de R$ 116 milhões. O que significa que o sistema arrecadou apenas 63% da receita normal. A conta não fecha”, relata Murilo.
Ainda de acordo com ele, houve uma redução drástica no número de passageiros, mas o serviço continuou sendo ofertado em dobro. “Para se ter uma ideia, nesse período, a média geral de pessoas transportadas foi de 42% do total esperado (queda de 58%), enquanto o sistema manteve uma oferta de 82% do serviço. Ou seja,a oferta foi praticamente o dobro da demanda”, afirma o membro do GVBus.
Para as empresas, os números de agosto são mais animadores, pois a demanda aumentou, chegando a 54% da esperada, mas a oferta de coletivos também subiu: ficou em 90%, conforme programação da Ceturb-ES. “Mantendo a discrepância entre o número de pessoas transportadas e a quilometragem percorrida. Só não houve um colapso porque o governo forneceu combustível, o que atenuou a situação, evitando inclusive uma demissão em massa”, disse Murilo.