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Transferência de salva-vidas pode parar na Justiça

Sebastião, Oswaldino, Antônio e Helton: Sindicato dos Servidores diz que medida é ilegal

Vem gerando polêmica o desvio de função de três guarda-vidas da Serra, que na última semana foram deslocados para outras atividades.  Helton Alvim, Antônio Correa Miguel e José Sebastião de Almeida, respectivamente com 24,28 e 29 anos como salva vidas efetivos, dizem que estão sofrendo perseguição política. O Sindicato dos Servidores da Serra (Sermus) já sinalizou que pretende entrar na Justiça contra a transferência.

Segundo Helton, os problemas do trio começaram quando eles passaram a cobrar mais investimentos em equipamentos de trabalho junto à Secretaria de Defesa Social. E teriam se intensificado quando eles reivindicaram a criação de um departamento específico para os salva-vidas.

“Não temos equipamento de segurança marítima: bote, boias, nadadeiras, binóculo, prancha de resgate. Muito menos cilindro de oxigênio e desfibriladores para atender às vítimas de afogamento. Isso pode fazer diferença entre a vida e a morte, pois atualmente o Samu demora pelo menos 30 minutos para chegar”, pontua.

Antônio disse que a transferência foi para um departamento da Defesa Civil que cuida de derrubar construções em áreas de risco e corte de árvores. “Só tem cinco salva-vidas efetivos nas praias da Serra, e mais uns 20 contratados. Não obedecemos e continuamos na praia. Foi quando cortaram nosso vale-alimentação na última sexta (26), fato que nos levou a abrir um boletim de ocorrência na Delegacia de Jacaraípe”, salienta.

O presidente do Sermus, Oswaldino Luiz Marinho, disse que a transferência foi irregular. “Já mandamos ofício ao secretário de Defesa Social, Nylton Rodrigues, e ao prefeito Audifax Barcelos (PSB), pedindo que anulem a transferência. Se não fizerem isto vamos à Justiça pelo direito dos servidores” avisa.

 

Outro lado

O secretário adjunto de Defesa Social, major Roberto Mauro da Rocha, disse que a transferência aconteceu porque os três servidores estavam fora do local de trabalho em horário de expediente. “O fato foi documentado e, em seguida, foi aberta uma sindicância para apurar a situação”, afirmou.

Rocha acusou os servidores de serem de difícil lida, indisciplinados e não cumprirem horários. “Foram remanejados para a Defesa Civil. Mas ainda não se apresentaram para a nova função. Por isso outra sindicância foi aberta”, adiantou.

O major garantiu que não existe perseguição política.

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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