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Transporte de rocha mata pelo menos 18 pessoas em dez anos

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Carreta com rocha tombou e matou motorista em 27 de janeiro de 2015 no município de Cachoeiro de Itapemirim, outro polo importante do setor. Foto: Divulgação

Clarice Poltronieri

Pelo menos 18 pessoas morreram em estradas capixabas em acidentes de trânsito envolvendo carretas com blocos de granito nos últimos 10 anos. É o que aponta levantamento feito pela reportagem em matérias divulgadas na imprensa capixaba no período, onde foram noticiados 32 acidentes e 25 feridos.

Mas este número pode ser muito maior, já que representa apenas o que saiu na imprensa. A reportagem buscou dados estatísticos junto a Polícia Rodoviária Federal (PRF), mas foi informada de que os números de desastres envolvendo transporte de rochas não são separados dos demais acidentes.

O inspetor da PRF Rodrigo Espíndula Bonfim, que atua no posto localizado na Serra, disse que apesar do número vítimas, houve redução nos acidentes. “Depois da nova resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) em 2010, que exige as travas nos blocos, diminuíram os acidentes. Quando ela é usada, em caso de acidente a carreta tomba, aumentando os prejuízos da empresa, o que levou a maior prudência dos motoristas, já que em geral os acidentes ocorrem por imprudência”, explica.

Apesar disso, ele afirma que ainda registra problemas na amarração das pedras. Mas antes da lei era comum encontrar a carga abandonada nas vias, devido ao alto custo para a retirada. “Além do guindaste para remover, tem os custos do prejuízo ao patrimônio público (via). Mas agora, se a carreta tomba, não dá para fugir do local”, relata.

Para o transporte de blocos, ele explica que há resoluções específicas de acordo com cada veículo e cada material, mas normalmente é usada uma carreta bi-trem e o limite de peso é de 57 toneladas (ton). Ainda é preciso uma AET (Autorização Especial de Transporte), por ser transporte de risco.

O Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais (Sindirochas) disse, através da assessoria de imprensa, que para evitar problemas tem por princípio o cumprimento das normas legais estabelecidas, treinando e capacitando todos os envolvidos.  Falou também que participa da construção das regras para transporte de rochas ornamentais no Brasil, resultando na Resolução Contran 354/2010. E que desde então o número de acidentes nas vias diminui.

Excesso de peso prejudica

estradas, pontes e comunidades

Outro problema frequente apontado pelo inspetor Bonfim que, além do risco de acidentes, causa danos nas vias é o excesso de peso nas carretas, ainda frequente. “Um bloco pesa em média umas 30 ton, mas depende do tamanho e do material. Como atuamos nas proximidades da balança, alguns carreteiros com carga irregular desviam por caminhos alternativos, como Muribeca, região rural da Serra. Já recebi denúncias até de carretas passando por dentro de Aracruz, o que prejudica muito as vias e pontes que não são feitas para suportar este peso”, diz.

O policial rodoviário federal e ex-vereador da Serra, Auredir Pimentel, confirma. “Eles ainda usam a estrada de Muribeca para desviar, mas diminuiu um pouco”, afirma.

Nova Almeida e Jacaraípe também sofrem e ainda com um agravante: a ponte Flodoaldo Borges Miguel, que liga Nova Almeida a Praia Grande, só comporta 23 ton e por lá passam carretas fugindo da balança.

Uma moradora da região, sob anonimato, protesta. “Passam muitas carretas pela ponte, que só suporta 23 ton, de acordo com a placa. Fora que a ES-010 está toda danificada, em Praia Grande, Nova Almeida e Jacaraípe”.

E apesar dos prejuízos, o IPVA para estas carretas não têm nenhum diferencial. Segundo a Secretaria de Estado da Fazenda, o cálculo para veículos de grande porte é de 1% sobre o valor do mesmo, enquanto o de veículos menores é de 2%. Isso significa que uma carreta que transporta verdura, por exemplo, paga o mesmo IPVA de uma que puxa blocos de mármore e granito. Uma dos principais aplicações do IPVA é para a manutenção de estradas. 

Cidade recebe feira do setor,

 mas Vitória leva a fama

A Serra é o principal beneficiador de rochas ornamentais (mármore e granito) do Espírito Santo. É também a cidade que concentra a maior fatia das exportações capixabas, seja de placas polidas, seja de blocos. Como o ES é o principal produtor do país e o Brasil é uma das referências internacionais do setor, dá para concluir que a Serra é uma das capitais mundiais das rochas ornamentais.

E entre 06 e 09 de junho a cidade vai receber a 43ª Feira Internacional de Mármore e Granito. Embora aconteça no Pavilhão de Carapina, recebe o nome de Vitória Stone Fair.

A Serra tem cerca de 100 empresas do setor, que geram 2,7 mil empregos. Mas a arrecadação de ISS que a atividade é modesta: pouco menos de R$ 100 mil por mês, segundo a Secretaria Municipal da Fazenda. E na Serra fica a maior parte dos resíduos industriais gerados no corte e polimento das pedras, a lama abrasiva. O material é depositado em um aterro aos pés do mestre Álvaro, que inclusive está em expansão para atender o crescimento da demanda.

 

 

 

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