Clarice Poltronieri
Apesar do ISS das operações do porto de Praia Mole ir todo para Vitória, é a Serra que fica com o impacto dos trens que movimentam as cargas do porto. Isso porque, matérias primas e produtos das empresas que operam em Praia Mole são transportados pela Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM) que atravessa os bairros São Geraldo, Rosário de Fátima, Diamantina, Carapina Grande e Central Carapina.
Entre os dois últimos há uma passarela de pedestres sobre e recebem os maiores impactos, já que as casas ficam bem próximas à via. Dentre eles, o barulho dos trens e o pó preto.
Segundo o presidente da Associação de Moradores de Central Carapina, Uanderson Moreira, há cinco anos a via férrea – que permite a passagem de até três comboios simultâneos – foi cercada e passou a ter seguranças. “Antes havia muito atropelamento. Teve um jovem que perdeu as duas pernas, também uma criança de sete anos que teve os braços amputados”, conta.
Outros moradores relataram tentativas de suicídio, com pessoas se jogando da passarela – que no vão central tem cerca de 15m de altura. E atropelamentos de animais grandes, como burros, cavalos e éguas. No final do ano passado a estrutura foi reformada pela Vale, que gere a ferrovia. A empresa também instalou mais grades na estrutura.
A ferrovia leva produtos também ao porto de Tubarão, que assim como Praia Mole gera paga todo ISS para Vitória. Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pela ferrovia a Vale transporta minério de ferro e ferro gusa; a ArcelorMittal produtos siderúrgicos, carvão, minério de ferro, coque e antracito; a Usiminas produtos siderúrgicos e sucata; e a Gerdau produtos siderúrgicos, carvão, minério de ferro e antracito. Ainda passam pela via adubos, fertilizantes e combustíveis.
Arcelor, Gerdau e Usiminas operam o porto de Praia Mole, que é responsável por exportar metade do aço produzido no país.