Clarice Poltronieri
A exportação do aço capixaba e brasileiro para os Estados Unidos pode voltar a crescer. Isso porque presidente norte-americano Donald Trump anunciou na última quarta-feira (29) que vai flexibilizar a política de cotas para importação de aço que está em vigor desde 1º de junho. Com a nova medida, a empresa que tiver sede americana e comprovar a falta da matéria-prima no país, poderá importar aço acima do limite estabelecido pelas cotas. A nova medida já está valendo.
A flexibilização é resultado da pressão de empresas norte americanas sobre o governo daquele país, por conta da falta de matéria-prima. Para a Serra, a medida deverá ser positiva, pois a maior empresa do município, a Arcelor Mittal Tubarão, exportava 12,5% de sua produção para os Estados Unidos antes da imposição das cotas. A Arcelor não divulgou o impacto das restrições impostas por Trump na produção da planta de Tubarão.
Pela política protecionista de cotas, o aço brasileiro estava sendo exportado no sistema hard cota (cota dura), onde era feito o cálculo da média das exportações nos últimos três anos (2015 a 2017), que foram os piores para o setor. Para os produtos semi-acabados (blocos, placas, etc), após atingida a média, estava proibida a exportação. Já para os produtos acabados (aços longos, planos, inoxidáveis e tubos), bastava alcançar 70% da média para que a exportação cessasse.
De acordo com dados divulgados em julho pelo Instituto Aço Brasil, as exportações brasileiras caíram 5,7% em volume, comparado ao mesmo período de 2017. Já o faturamento cresceu 16% por conta no aumento do preço do produto, o que amenizou os impactos do protecionismo do governo Trump.
Sobre o novo anúncio do governo dos EUA, o Instituto Aço Brasil informou que vai na direção daquilo que vinha sendo pleiteado pelo setor.