Imagina a seguinte cena: você está na praia, decide entrar na água e se depara com um tubarão circulando entre as ondas bem nas proximidades das areias do balneário. Foi esta cena que banhistas disseram avistar em Manguinhos, na Serra, durante este fim de semana. A situação fica um pouco mais complicada, pois ao correram para a orla da praia, se depararam com uma cobra circulando pela restinga.
O TEMPO NOVO recebeu imagens dos dois animais e conversou com ambientalistas para saber mais sobre essa cena, que diga-se de passagem, é bem curiosa. Internautas que acompanharam a situação ficaram assustados, já que não é todo dia que se encontra uma cobra circulando pelas areias e restinga, além de tubarão nas águas da praia.
De acordo com Guilherme Lima, líder comunitário de Manguinhos, o tubarão surgiu na região conhecida como ‘Chalerinha’. “A informação que temos é que foi em Manguinhos mesmo, na ‘Chalerinha’. Um turista que estava na praia filmou a cena e compartilhou nas redes sociais. Eu tenho 95% de certeza que foi nessa área dita antes”, confirmou.
O biólogo Cláudio Santiago confirmou que se trata de um tubarão nas imagens, mas não deu total certeza que isso foi visto na praia da Serra. Mesmo assim, garantiu que esse tipo de situação é totalmente possível. “Pode ser Manguinhos, mas a probabilidade disso acontecer com certeza tem”, explicou.
Sobre a cobra, essa não é a primeira vez que o bicho assusta banhistas em Manguinhos. No ano passado, uma causou grande confusão pelo balneário. Trata-se da espécie “Philodryas olfersii”. O animal é venenoso, mas é bem difícil de transmitir esse veneno para uma pessoa, mesmo com uma picada.
Cláudio Santiago disse que é muito interessante a presença desta cobra em praias. “É interessantíssimo vê essa serpente na praia. Elas se alimentam de pequenos mamíferos, roedores pequenos, de largatos, pequenas aves. Ela tem veneno, só que o dente de inocular o veneno fica lá no fundo da boca. É raro de ter acidente sério. Só quando a pessoa pisa nela ou sem saber vai querer pegar ela na mão. Só que ela teria que abocar muito bem. O maior risco é pra criança”, disse.
Cláudio ainda afirmou que a cobra é muito ágil. “Ela pode chegar a um metro e quarenta. Ela também tem características de uma serpente agressiva. Se chegar perto ela vai querer fugir, levantar o pescoço para se impor, mas em geral é uma cobra bem tranquila e que não apresenta risco iminente”, destacou.
O biólogo também disse que não é comum encontrar essa espécie em praias. “Eu nunca tinha visto (essa cobra na praia), ainda mais por se tratar de água salgada. Já vi em beira de rios. Mas como em Manguinhos tem muita vegetação, o lugar é bem arborizado, eu não duvido que ela tenha dado um rolê ali em busca de algum invertebrado. Não está ali atoa. Ela não é uma cobra aquática. Então ela foi ali interessada em alguma coisa. Foi se refrescar, tomar uma solzinho da manhã para dar uma esquentada para a atividade dela ou em busca de alimento”.
Por fim, ele alertou que não se deve mexer com o animal em hipótese alguma. “É o mesmo e velho conselho de outras situações. Viu uma serpente. Não chega perto. Observa o animal. Contempla. Tira foto. Faz o que quiser, mas não vai querer interferir na dinâmica dele. Não vai mexer com ele com objetos”, alertou. A mesma dica também vale para o tubarão.