Por Bruno Lyra
Má notícia para os que estão sofrendo que a fumaça e o cheiro de queimado que assola bairros da Serra e Vitória desde o início de fevereiro. É que o incêndio nas turfas deve durar pelo menos um mês caso não haja uma sequência de chuvas que encharque as baixadas no entorno do Mestre Álvaro.
A informação é do coronel Fabiano Marcheti Bonno, coordenador da Defesa Civil Estadual que assumiu a direção dos trabalhos de combate ao incêndio na última semana.
Na manhã desta quarta (22) os focos mais intensos estavam nas proximidades do Terminal Intermodal da Serra (TIMS), entre a região de Carapina e a rodovia do Contorno. Também há focos próximos a Jardim Tropical e na região próximo a José de Anchieta, mas estes últimos menos intensos.
Segundo o coronel Bonno, há 80 homens do Corpo de Bombeiros atuando no combate, neste momento a grande maioria deles nos focos próximos ao TIMS. “Além disso são cerca de 20 civis da Prefeitura da Serra, entre operadores de máquinas, carros pipa e homens da Defesa Civil”, detalha.
O coordenador acrescentou ainda que na terça (21) teve apoio dos bombeiros civis da Vale e que a partir desta quarta há promessa de reforço do Departamento de Estradas de Rodagem (Der) de ceder uma máquina, a Prefeitura de Vitória fornecer cinco carros pipa e a ArcelorMittal mais três.
Até agora pouco mais de 1 milhão de metros quadrados já foram queimados. Com a mudança do vento, que nesta quarta passou a soprar do sul, a fumaça agora está sendo levada para as regiões de Pitanga e Serra – sede.
Nos últimos dias a fumaça foi sentida com muita intensidade nos bairros da zona norte de Vitória e nos da Serra na região de Carapina, José de Anchieta, Jardim Tropical e Laranjeiras.
O combate
Por quanto o combate segue sendo feito com água dos carros pipa em todos os pontos onde há foco. Nas proximidades do TIMS foi cavada trincheira que está sendo inundada com água do Canal dos Escravos para impedir que o incêndio se alastre.
Não deu certo
A tentativa da Prefeitura de fazer um canal para desviar as águas do valão em José de Anchieta II para encharcar um dos focos naquela região não deu certo. Segundo o Coronel Bonno não houve desnível adequado para o líquido verter rumo ao ponto desejado e o volume d´água do valão também foi insuficiente.
Uma pessoa que trabalha no TIMS disse, sob a condição do anonimato, que já houve incêndio semelhante nas turfas da região, só que menor. Isso teria sido há cerca de quinze anos e a fumaça durou nada menos do que oito meses. Ela só foi extinta quando uma sequência de dias chuvosos voltou a inundar a baixada no entorno do Mestre Álvaro.
Prefeito pede mais ajuda
Em entrevista à TV Gazeta na manhã de hoje o prefeito da Serra Audifax Barcelos (PSB) disse o município está ajudando como pode. “Temos uma equipe nossa lá, quatro carros pipa, duas máquinas retroescavadeiras, Defesa Civil e também e ajudando com alimentação para os Bombeiros que estão trabalhando lá. Tenho ido quase diariamente ao local. Liguei para o secretário de estadual de Segurança, para o governador”, enumera.
Audifax pede ainda o reforço de mais Bombeiros e se, for o caso, ajuda de outros estados e até auxílio internacional. Ele acrescenta que os problemas de saúde aumentaram na cidade e diz temer pelas consequências a longo prazo.
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