Por Bruno Lyra
Nos últimos meses, de súbito, a região de Manguinhos ganhou mais de dois mil moradores de baixa renda. São pessoas que viviam em áreas de risco em diferentes bairros de diversas regiões da Serra e que foram deslocadas para dois condomínios populares com 608 apartamentos erguidos no bairro Ourimar, vizinho à Manguinhos. O projeto foi tocado pela Prefeitura, em parceria com a Caixa Econômica Federal, iniciado na gestão de Sérgio Vidigal (PDT) e concluído neste mandato de Audifax Barcelos (Rede).
Como Ourimar não possui creches, escolas e postos de saúde, toda essa nova demanda está recaindo sobre a estrutura do balneário, que tem cerca de 1,2 mil moradores (IBGE, 2010). Principalmente pelo fato de ser uma população carente que precisa, e muito, recorrer aos parcos serviços públicos disponíveis.
Pessoas que moram em condições insalubres e sob o risco de ter a casa alagada ou aterrada por deslizamento precisam ser removidas e ter a oportunidade de morar em lugar seguro. Nisto a prefeitura está certa, até porque o direito à moradia está previsto na Constituição Federal. Além de tudo, é uma questão de humanidade em um país com tão pornográfica desigualdade econômica.
O que surpreende é a escolha do local para isso, uma área valorizada no único trecho de litoral que ainda consegue trazer um turismo mais qualificado, onde o consumidor se hospeda nas pousadas, senta com a família no restaurante e ajuda viabilizar projetos como festival de jazz, gastronomia e carnaval com banho de mar à fantasia embalado pelas tradicionais marchinhas. Sem contar os shows nacionais no verão com ícones da MPB.
Manguinhos é um lugar democrático ondes todos podem tomar banho de mar, curtir o bucolismo e aproveitar a efervescência cultural que o lugar emana. Mas não é inteligente permitir que haja um boom de projetos imobiliários de baixa renda numa região que tem um tecido social tão diferente.
E foi isso que aconteceu com Jacaraípe nos últimos vinte anos, sobretudo com a expansão do complexo industrial de Tubarão, onde os milhares de trabalhadores temporários e pouco qualificados vindos do interior do ES, leste de Minas e sul da Bahia ficaram hospedados nos hotéis da orla. Depois das obras, sem emprego, mas sem desejo de retornar às suas carentes regiões de origem, parte desses trabalhadores buscou as invasões locais.
De famoso balneário, Jacaraípe virou região das mais carentes e violentas. Suas praias ficaram poluídas. Manguinhos pode estar trilhando caminho semelhante. A construtora mineira MRV tenta fazer mais um condomínio popular na região, são 320 apartamentos distribuídos em quatro torres de quatro andares.
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