Por Gabriel Almeida
Além da destruição ambiental a lama de rejeitos da minério da Samarco (Vale + BHP Billiton) que vai atingir Regência já está atingindo a economia do bucólico balneário. É que o local depende da pesca e do turismo, sendo inclusive considerado o melhor point de surf do ES.
O rejeitos vazaram de barragens da empresa em Mariana no último dia 05, deixando pelo menos 11 mortos e 12 desaparecidos, além de cidades, indústrias, produtores rurais e milhares de moradores sem água.
A lama ainda não chegou na localidade – nesta sexta (20) ela estava entre Colatina e a sede do município de Linhares – mas é esperada no início da semana que vem. Proprietária da pousada Farol da Vila, Elizangela Carvalho, diz que os efeitos já se fazem sentir.
“O turismo aqui em Regência já caiu completamente e ninguém quer vim para nossa vila com medo dessa lama. Já perdi R$ 12 mil reais somente de reservas feitas para Ano Novo e Carnaval que foram canceladas”, explica a empresária.
Elizangela ainda disse que no total já foram 15 reservas desfeitas. “Minha Pousada já faz duas semanas que está sem nenhuma pessoa”, lamenta.
A presidente da Associação de Moradores de Regência, Helenita de Souza, disse que a pesca no local já foi proibida. “Todos pescadores estão recolhendo os peixes e colocando em tanques, caixas de água e lagos para tentar salvar algumas espécies sagradas do nosso rio”, explica.
Helenita ainda disse que está sendo feito várias contenções no local. “Para tentar salvar as margens estamos fazendo várias barragens para que a lama não atinja as espécies que ficam ao lado do rio”, explica.
A diretora da Escola de Regência, Maria da Glória, disse que mesmo tirando os peixes do rio não tem local para colocar todos eles. “Nossos pescadores, juntamente com a Samarco, estão tentando salvar os peixes mas não temos local para armazenar todos”, explica a diretora.
Maria ainda teme que as fortes chuvas que atingiu Minas Gerais aumentem o volume do rio e que a lama atinja as margens. “Vamos tentar jogar a lama para o mar o mais rápido possível para que as margens não sejam atingidas”, pontua.
Samarco usa barreiras para vazamento de óleo para tentar segurar lama
Através de sua assessoria de imprensa, a Samarco disse que está tomando as providências para reduzir os impactos provocados pela lama. Uma delas é a colocação de nove mil metros de barreiras offshore e Sea Fence sobre o espelho d’água nas margens próximas à foz, para tentar salvar plantas e animais ribeirinhos. São barreiras usadas para contenção de vazamento de petróleo.
O problema é que, diferente do óleo, a parte mais fina da lama dos rejeitos de minério se mistura ao rio de tal maneira que toma conta de toda a coluna d’água. E não se sabe se essas barreiras terão eficiência, pois segundo admitiu um representante da Samarco no telejornal ES TV 1ª Edicão da TV Gazeta nesta sexta (20), nunca foram usadas nesta situação.
A assessoria da Samarco disse também que outra ação em andamento é o resgate de espécies de ictiofauna (peixes), principalmente aquelas endêmicas e ameaçadas de extinção, nas regiões de Baixo Guandu, Colatina e Linhares – Regência, seguindo as diretrizes técnicas do Ibama e Iema. “O salvamento de alguns exemplares de peixe é uma importante ação emergencial focada em algumas espécies bandeiras para conservação do Rio Doce, como o surubim-do-Doce, o andirá, a curimba, e a piaba do Doce, visando garantir o “pool genético” de espécies oriundas deste rio através da coleta e do acondicionamento destes peixes em tanques de psicultura com vistas a um repovoamento futuro”, argumenta a mineradora.
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