Sendo a terceira cidade com mais casos confirmados de coronavírus no Espírito Santo, a Serra já ultrapassou a triste marca de 13 mil moradores infectados e já registra 473 mortes causadas pela Covid-19. Enquanto isso, pelas ruas da cidade, o movimento é grande e o índice de isolamento social despenca cada vez mais. Em apenas 24 horas, a cidade perdeu mais quatro moradores para o vírus e outras 102 pessoas foram infectadas. Os dados foram apurados pelo TEMPO NOVO, juntamente com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
No total, a Serra possui 13.036 moradores que foram contaminados pela Covid-19. Desses, 473 não resistiram, e infelizmente, vieram a óbito. O restante – 11.680 – venceram a doença e estão considerados curados. Vale lembrar que estar curado do vírus, não significa que a pessoa está totalmente imune ou que não tenha ficado com sequelas. Na Serra, há moradores que ficaram com graves problemas após serem considerados livres da Covid-19.
É o caso da Yara Simone. Ela afirmou à reportagem que sente tonturas, falta de ar, inchaço, dormência nas mãos e até esquecimento. “Falo a mesma coisa diversas vezes, também fiquei com stress pós-traumático e estou fazendo tratamento ainda. Eu tenho uma doença chamada espondilite anquilosante e a Covid-19 fez aumentar todas as minhas taxas. Ainda sinto muito muita dor no corpo, mesmo depois de curado do corona”.
Também foi noticiado na semana passada, um morador da cidade que se infectou com a Covid-19 duas vezes num período de três meses. A afirmação – comprovada por exames – é do Alexandre Aragão. A primeira infecção aconteceu em maio deste ano, quando a vítima sentiu sintomas mais leves, mas na segunda vez – que ocorreu no fim de julho – o advogado teve que ser internado numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Até o momento, a possibilidade de se infectar mais de uma vez pelo coronavírus é uma grande dor de cabeça para os cientistas. Isso porque eles ainda não conseguiram comprovar a reinfecção. Contudo, no dia 13 de julho, pesquisadores de uma universidade britânica anunciaram que a carga de anticorpos de recuperados do coronavírus pode cair drasticamente ao longo do tempo – depois de 3 ou 4 meses.
Uma das sugestões da pesquisa é que a reinfecção é possível. Caso isso seja comprovado, as discussões sobre a imunidade de rebanho – quando grande parte da população já está resistente ao vírus, por ter sido infectada ou vacinada, não seriam válidas.
Junto com o crescimento no número de casos confirmados e mortes, vem a diminuição do índice de isolamento social na Serra. Pelas ruas da cidade, o fluxo de pessoas é grande, principalmente nos dias de semana e aos sábados – quando o comércio está aberto. A média da Serra no índice é 43,55. Isso significa que menos da metade da população serrana está respeitando as orientações de isolamento social.
Além disso, no transporte público, os passageiros são obrigados a enfrentar ônibus e terminais sempre lotados nos horários picos. Os fins de semana também são de bares cheios e praias lotadas. O problema principal dos bares é que o funcionamento está proibido, mas moradores relatam que é bem difícil encontrar equipes de fiscalização da Prefeitura da Serra.
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