O prefeito Audifax Barcelos (PSB) figurou entre o mais bem avaliado pela pesquisa Futura/A Gazeta, dentro do projeto de Avaliação de Gestão, comandado pelo jornal da Capital. Nessa pesquisa foram incluídos os municípios de Vitória, Serra, Vila Velha, Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina e Linhares.
A pesquisa apontou que 34,3% dos entrevistados consideram o prefeito bom ou ótimo, e 28,3% o consideram ruim ou péssimo. O prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), figurou com 33% de bom ou ótimo e 24,8 de ruim ou péssimo. Os outros cinco tiveram uma queda vertiginosa na avaliação bom/ótimo, ao mesmo tempo em que viram ampliar os percentuais de ruim ou péssimo, ficando o ‘trofeu’ de mais mal avaliado para o petista Carlos Castelione, de Cachoeiro.
Mesmo sendo o menos mal avaliado, os números preocupam Audifax, pois demonstram insatisfação grande da população para com a gestão, o que afeta diretamente a imagem do prefeito num momento delicado da vida econômica, financeira e política do país. Momento esse que estados e municípios estão engessados, sem poder de reação frente às incontroláveis demandas sociais e de infraestrutura.
Mesmo que o povo não queira saber disso e que as forças de oposição explorem o momento ruim da administração, o prefeito da Serra aparecer, mesmo que ligeiramente, na frente do prefeito da Capital, é um bom sinal para Audifax. Principalmente se comparar as diferenças de arrecadação e demandas sociais dos dois municípios.
Vitória tem uma área territorial muito menor que a Serra, tem uma infra-estrutura muito melhor que a nossa, está mergulhada em problemas sociais também bem menores que os nossos e tem uma receita bem superior à da Serra. Com tantas diferenças e Audifax aparecer melhor que Luciano, mostra a capacidade de gestão do prefeito, que precisava de um pouco mais de capilaridade financeira para demonstrar melhores resultados.
Onde tem fumaça tem fogo
Guardião é um aparelho de escuta telefônica que, segundo conhecedores, é de origem israelita; foi introduzido no Estado ainda no primeiro mandato do governador Paulo Hartung (PMDB) e causou muito temor na classe política. Era comum supor que autoridades públicas de oposição ao governador; cidadãos que exerciam funções estratégicas em empresas privadas e profissionais liberais, principalmente advogados e jornalistas tinham seus telefones grampeados, com ou sem autorização judicial.
Os maiores escândalos que envolveram essas escutas telefônicas aconteceu em 2005, com o grampo em um telefone da Rede Gazeta e em telefones de advogados que cuidavam do episódio do assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho. Esses dois casos trouxeram muito desconforto ao governo na ocasião.
Durante os quatro anos de governo de Renato Casagrande (PSB) não se ouviu falar em ‘guardião’, em escuta telefônica, um fantasma que foi abolido, a não ser em casos específicos de crimes contra a ordem econômica e de tráfico de drogas. Fora isso não houveram suposições de escutas clandestinas de telefones e nem que houvesse pedidos de forma exacerbada de autorização de quebra de sigilo telefônico.
Seis meses de um novo governo e de uma Assembleia nova, o assunto guardião volta à tona entre os deputados, depois que o parlamentar Enivaldo dos Anjos (PSD) levantou a lebre de que telefones de deputados estão sendo grampeados. Pegos de surpresa, de imediato o fato criou uma revolta entre os parlamentares, mas nada que uma suposta manobra palaciana pudesse reverter a perplexidade dos deputados e um pano frio jogado sobre o assunto.
Os dois únicos deputados que persistem no caso são o próprio Enivaldo e Sérgio Majeski (PSDB). Como diz o ditado: onde tem fumaça tem fogo, o guardião voltar a ser usado de forma mais ostensiva por parte dos órgãos policiais e de investigações, o que requer muita cautela, principalmente para não serem violados direitos individuais.