Opinião do Leitor

Um ano sem Teodorico Boa Morte: uma singela homenagem

O autor do texto é Fábio Boa Morte

Hoje, dia 03 de janeiro, completa um ano do retorno à pátria espiritual de uma das pessoas mais meigas e humanas que jamais conheci, meu pai, Teodorico Boa Morte.

O mais incrível que percebo, não só para nós familiares, mas para todos e todas que o conheceram, é o impacto permanente de sua presença, e a grande intensidade de uma saudade intraduzível que ainda leva muitos às lágrimas, porque faltam sempre às palavras.

Sempre costumo ouvir: “Nossa, é como se ele estivesse aqui!. Não sinto que partiu, parece que sempre o vejo, com sua boina, chegando, passando na rua…” Pois bem, eu quero dizer a todos que assim sentem uma coisa, ELE ESTÁ SIM, próximo, num relance de olhar, sempre presente com seu “calor transcendental”! 

Digo isso não somente por suas obras imortalizadas e responsáveis em grande parte pela razão de ser da memória histórica e cultural da Serra registrada para o mundo, mas, principalmente, em sua energia, gentileza, carinho, amor fraterno, que somente a pronúncia do seu nome invoca e evoca de modo poderoso. E é isso que é o fruto real de uma pessoa que amou a vida, a arte e ao próximo com o amor incondicional verdadeiramente ensinado pelo Cristo.

 Teo, era imperfeito como tordos nós, sofreu como todos nós, mais sempre foi fiel ao amor ao semelhante, nunca se dobrou a nenhum tipo de injustiça humana ou irracionalidade, produziu e ensinou a cultura que dignifica, transforma e liberta o ser humano. Talvez tenha sido por isso que Deus o tenha colocado tão perto das crianças e jovens nos últimos anos de sua vida, semeando a histórica da Serra – que muito amava –, a igualdade, a esperança e a fraternidade nos tenros e mais acessíveis corações.

É por tudo isso que sentimos esse vazio, e ao mesmo tempo essa presença poderosa deixada pelo meigo Teodorico, alguém que viveu e expirou honrando, de fato, a marca de seu sobrenome, porque somente poderá ter uma BOA MORTE, alguém que soube viver o melhor da vida, em sacrifícios reais pelo AMOR e sua MISSÃO.

 Obrigado meu pai, por tudo que plantaste no meu coração, que ainda bate e baterá com seu pela eternidade. Pois nós sabemos que embora a imensa saudade, o que ocorreu a um ano atrás foi apensa um doloroso “até logo”. Brilhe sua luz, seu amor e sua arte serrana e universal de onde agora estiveres.

Seu filho que muito te admira e ama,

Fábio.

Redação Jornal Tempo Novo

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