O Mapa da Violência divulgado recentemente coloca o Espírito Santo em segundo lugar nos homicídios de adolescentes. São 140 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes, ficando atrás do estado de Alagoas. A Serra contribui para esses dados nada honrosos.
A maioria das mortes traz ligação com o uso e tráfico de drogas, uma triste realidade em vários bairros, independente de status social. Drama. Os governos não conseguem dar a resposta necessária e as famílias envolvidas parecem acometidas de cegueira psicológica que as impedem de ver o óbvio.
Não precisa ser especialista no assunto para perceber a mudança de comportamento do adolescente prestes a se lançar no mundo das drogas. Os primeiros sinais são gestos esquivos e pouca fala. Depois, a busca de isolamento para daí incorporar um estilo agressivo que vai aumentando até transformar-se em violência contínua.
É impressionante – e assustador – o poder de atração exercido sobre o jovem desavisado. Cooptado, o pobre viciado vira um mero instrumento a serviço da expansão dos domínios de traficantes. A família, geralmente ausente, só recebe o ente querido de volta para prepará-lo a um sepultamento digno.
Antes de corrigir com sermões, surras e prisões, façamos uma aliança forte e indestrutível que pode começar com uma frase conhecida: Eu Te Amo. Fale isso para seu filho e sua filha. Fale isso para seu pai e sua mãe. Homens e mulheres separam-se todos os dias, mas nunca veremos ex-pai, ex-mãe ou ex-filhos.
Sabemos que a droga é tão forte que vitima mesmo aquelas famílias onde essa relação de amor sempre existiu. Mas não tenho a menor dúvida de que o melhor remédio na prevenção às drogas é o amor, especialmente o amor entre pais e filhos.