Por Yuri Scardini
O inédito segundo turno chegou, é uma experiência nova, tanto para o prefeito Audifax Barcelos (Rede), quanto para o deputado federal e ex-prefeito Sérgio Vidigal (PDT). Mas na prática é uma segunda eleição nas mesmas condições de 2012, apenas os dois no ringue. Naquela ocasião o terceiro candidato Professor Renato, então do PSOL, fez apenas 1,04%.
O que talvez seja diferente agora é o cenário pós-eleição. Após a vitória de Audifax em 2012, a cidade viveu alguns instantes de calmaria, mas não demorou muito e a forte polarização política entrou em cena. Audifax conviveu com Vidigal a espreita, e somado a sua notória inflexibilidade política para lidar com o Legislativo, o prefeito foi esbarrando em obstáculos. Reflexo disso foi o enfraquecimento do então presidente da Câmara e aliado de 1ª hora de Audifax, Guto Lorenzoni (PP) e o surgimento de Neidia Maura (PSD) e sua turma no comando da Casa, inclusive ocupando cadeiras nas principais comissões.
Desta vez, no horizonte pós este inédito 2º turno, não se enxerga a continuação tão acentuada desta polarização na Câmara. Dentre os vereadores eleitos para a próxima legislatura, não há muitos nomes com relações verdadeiramente orgânicas com Audifax ou Vidigal. Excetuando os vereadores Miguel da Policlínica (PTC) e Guto Lorenzoni (PP) com Audifax e Fábio Duarte (PDT) e Nacib Haddad (PDT) com Vidigal, os outros são vistos com mais liberdade para caminhar com o próximo prefeito. Mesmo aqueles vereadores eleitos pelo PDT ou pela Rede.
Quando se têm duas lideranças fortalecidas, é mais fácil para vereadores definirem lados. Mas ao fim dessa eleição, ou Audifax ou Vidigal sairá enfraquecido demais para ter força de influenciar decisivamente o legislativo, pois além de estarem mais velhos, ambos enfrentam o desgaste natural de se revezarem há 20 anos no comando da cidade.
Reforço para ajudar a cidade
É claro que haverá vereadores de oposição, assim como há deputados de oposição ao governador Paulo Hartung (PMDB), mas tendem a serem vozes roucas. O dia 30 de outubro pode ser o início do fim da despolarização entre Audifax e Vidigal.
Até lá, a cidade deve acompanhar o tiroteio de acusações mútuas, os ânimos acentuados e a ausência de propostas. De qualquer forma, durante essas eleições, a Serra pode dizer que ganhou algo expressivo: mais um representante no parlamento estadual. Jamir Malini, agora no PP, retorna a Assembleia Legislativa para o biênio 2017/ 2018 no lugar de Cacau Lorenzoni, eleito prefeito de Marechal Floriano.
Nos últimos anos, a Serra teve ainda menos atenção do Governo do Estado. Com Malini na Assembleia, a cidade ganha força política, pois até então só tinha o deputado Bruno Lamas (PSB), aliado histórico do ex-governador Renato Casagrande (PSB) e pouco tem conseguido ‘tirar’ de Hartung para o município.
As demandas sociais do Serra são gigantescas. Com um orçamento cada vez mais limitado pela severa crise econômica, a Prefeitura não consegue prover a população com aquilo que se requer do poder público. A cidade dá muito em forma de ICMS, absorve impactos ambientais e sociais da atividade industrial, mas recebe uma contrapartida proporcional a esse sacrifício.
Basta comparar o índice de homicídios com as cidades vizinhas. Obras paralisadas, Contorno do Mestre Álvaro virando marketing de expectativa, falta de investimento nas polícias Civil e Militar, soluções questionáveis para a falta d’água, e mais um monte de demandas que carecem de intervenção estadual. Malini não será o bastião de todas essas demandas, mas é um belo reforço na briga pela Serra.
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