Binha chegou em minha vida início de 2010, foi resgatada do CCZ de Vila Velha por uma amiga, eu me propus a ficar com ela.
Sabíamos que seria difícil uma adoção, já que já tinha uns 13 anos, e sabemos bem como as pessoas tem preconceito com relação a isso. Em um de seus cios, por algum vacilo e descuido, Binha ficou prenha.
Na verdade só descobri porque vi sua barriguinha grande, então era só esperar pois não havia mais nada a fazer. Graças a Deus deu tudo certo e ela finalmente teve os bebês pois pela sua idade senti medo.
Oito bebezinhos gente, a cara do meu gordo Woller (um boxer tigrado), que a essa altura já havia sido castrado, rsrs nunca podia imaginar.
Bom agora começa tudo que pude aprender com esse serzinho tão especial! Dos oito bebês logo percebemos que um deles era diferente, não tinha forças, e sua cabecinha era desproporcional ao corpinho, eu precisava pingar do leite pra ela conseguir mamar, era portadora de Hidrocefalia.
Mas o mais incrível é que Binha também percebeu, e percebeu também que Lindinha (a bebê) precisava de cuidados exclusivos, ou não conseguiria. Gente, todos os dias ela pulava a janela e a colocava dentro de casa bem escondidinha e a estimulava a mamar por horas depois voltava com a nenêm para junto dos outros.
No começo tive muito medo porque era muito frágil, mas ela tinha tanto cuidado e carinho ao desloca lá, que todos que puderam ver seu empenho em alimentar aquela coisinha tão pequena, se comoveram.
Logo os outros filhotes foram ficando enormes e gordos e cada vez mais Lindinha se destacava pela pequenês e fragilidade. O maior destaque era o cuidado da mãe, que nunca deixou de transparecer o quanto se importava com Lindinha.
Com aproximadamente dois meses a levei ao veterinário Dr. Luiz para ver se havia possibilidade de fazer uma cirurgia e drenar líquido. Apesar de já ouvir a opinião de outra veteterinária, queria acreditar que seria possível, sofria muito em imaginar como seria para Binha ficar sem ela.
Infelizmente as chances seriam pouquíssimas pois a cabecinha não parava de crescer e ela era muito fraquinha, se ao menos tivesse mais idade. Binha não desgrudava dela um só minuto, parecia entender que não a teria por tanto tempo, e decidiu se dedicar totalmente.
Todos os outros filhotes foram adotados, ela nunca manifestou nada nem se importou, mas quando brincávamos em esconder Lindinha, nossa era de arrepiar. Ela ficava muito nervosa. Lindinha viveu até completar cinco meses e os cuidados de Binha eram os mesmo de quando recém nascida, podem imaginar como foi pra essa mãe tão dedicada ficar longe de sua nenêm né?.
Amigos com esse texto e com o coração doido quis dividir com vocês o quanto essa menina Binha foi capaz de amar e proteger sua filhinha entendendo de alguma forma que ela era especial. Esses exemplos de amor verdadeiro leal, e que nós entendemos muito bem, deveria ser seguido como trilha por nós.
Amo muito esses seres. Binha meu anjinho lindo, obrigada por ter me dado de presente três anos de sua vida, me dando lições jamais vividas! Até um dia meu anjo. Te amarei pra sempre!