Caminhoneiros bolsonaristas interditaram, por volta das 14 horas desta segunda-feira (31), um trecho da BR-101 na Serra. A manifestação antidemocrática é contra a derrota de Jair Bolsonaro (PL), que perdeu a disputa pela reeleição contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ideia, de acordo com os protestantes, é causar tumulto para que, desta forma, seja feita uma intervenção militar no Brasil.
O grupo, sem nenhum tipo de prova, contesta o resultado das urnas e aponta supostas fraudes. Em grupos de aplicativos de mensagens, bolsonaristas ainda decidem novos pontos de encontro.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a manifestação ocorre, neste momento, no km 247 – praticamente na divisa da Serra x Fundão. A interdição é total, ou seja, nenhum veículo circula pela rodovia.
Equipes da PRF estão tentando negociar a liberação de ao menos uma faixa.
É esperado que, até as 17 horas, outros caminhoneiros bloqueiem a BR-101 nas proximidades do posto de combustíveis BKR, em Barcelona. No grupo, a qual jornalistas do TEMPO NOVO tiveram acesso, um capixaba afirma: “tem que virar bagunça pois aí as forças armadas tomam conta”.
Outros moradores da Serra que fazem parte do grupo do WhatsApp confirmam a ideia e defendem um golpe de estado.
O grupo de apoiadores de Bolsonaro que contestam a vitória de Lula são ligados, na grande maioria, aos caminhoneiros. Em todo o Brasil, há cerca de bloqueios em rodovias feitos pela categoria em 11 estados.
Líder dos caminhoneiros não apoia manifestações
De acordo com informações do Jornal Folha de São Paulo, apesar das manifestações, o deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, disse em nota oficial que os caminhoneiros não irão parar para protestar contra o resultado das eleições.
A categoria “não participa e nem participará de nenhum movimento de paralisação ou bloqueio de rodovias para protestar e questionar o resultado das eleições que elegeu o candidato Luiz Inácio Lula da Silva como novo Presidente do Brasil”, afirmou ao jornal.
O TEMPO NOVO acionou a Polícia Rodoviária Federal (PRF), mas ainda não obteve retorno da demanda.