Yuri Scardini
Esse semana a Serra deu mais uma passo para erradicar as filas nas unidades de Saúde. Com emendas no valor de R$ 2 milhões foram adquiridos centenas de equipamentos para informatizar a rede de saúde do município. Os recursos foram destinados pelo deputado federal Givaldo Viera (PT). Nesta entrevista, o petista que foi candidato a prefeito da Serra em 2016, fala sobre suas movimentações no município, critica as ações para recuperar o Rio Doce, alerta sobre a inclusão de Aracruz na Sudene, e defende a candidatura do ex-presidente Lula.
Essa semana a Saúde da Serra recebeu equipamentos para informatização através de uma emenda sua. Como será o benefício à população?
São R$ 2 milhões em uma única emenda. São centenas de computadores, equipamentos de informática, móveis entre outros. O objetivo é a informatização de todas as unidades de saúde da Serra. Cerca de 70 mil munícipes serão beneficiadas diretamente. Por exemplo, com a instituição do prontuário online. Cada cidadão atendido terá o seu histórico. Isso aumenta a qualidade do serviço. Num segundo momento, também vai ajudar nos serviços de marcação de exames e consultas online, diminuindo as filas, agilizando toda a rede de saúde.
Quais outras emendas suas?
Entre 2016 e 2017 destinei R$ 5 milhões para a Serra. Além desses R$ 2 milhões, posso destacar R$ 659 mil para uma unidade de saúde em José de Anchieta II, onde a prefeitura já pode começar a obra. Fiz emendas também para vários projetos sociais que ajudam crianças. Levei um total de R$ 475 mil para reestruturar o Dório Silva, entre outros.
O que é o projeto banco de alimentos?
Tenho um projeto de lei, que vai ao plenário, que trata do desperdício de alimentos no Brasil. Hoje, 30% da produção de alimentos vai para o lixo. O PL facilita a doação e diminui os entraves legais. Os bancos de alimentos junta quem tem sobra e quem precisa de alimentos. Fizemos um debate na Serra, a Secretaria de Assistência anunciou que iria se movimentar para que a prefeitura implementasse um. Supermercados são potenciais doadores e na Serra tem uma das maiores redes varejistas do ES.
Qual a sua avaliação ECO-101 e seu anuncio de não duplicação da BR-101?
É inaceitável. Este grupo não tem sido transparente; o Governo Federal acaba servindo aos interesses desse grupo, e os capixabas estão prejudicados, especialmente os serranos, com esse grande número de acidentes. Se a empresa não fizer a duplicação tem que ser punida. Fiz um projeto que trata de um “pedagiômetro”. Proponho colocar ao longo das rodovias informações visíveis de quanto está sendo arrecadado.
Como fica a Serra diante com cortes no orçamento da União para a Assistência Social?
Isso pode acarretar numa convulsão social no Brasil. Vai acontecer o retorno da fome, aumento da pobreza, da violência, desrespeito aos direitos, enfim retorno a uma barbárie social e isso terá consequências para os municípios, incluindo a Serra.
A Fundação Renova tem conseguido mitigar os impactos do rompimento da barragem da Samarco?
Dois anos desse crime ambiental e praticamente nada foi feito. Existe alguma assistência pontual as famílias com um cartão dando um nível de renda, e só. Não foi apresentado nenhum projeto de recuperação, nenhum projeto de apoio efetivo às pessoas que perderam seus bens. Estão jogando com o tempo para esfriar a cobrança e o grupo econômico se livrar de parte desse passivo.
A Câmara aprovou um projeto que coloca Aracruz, Itarana e Itaguaçudentro da área de abrangência da Sudene. Se isso acontecer qual o impacto para a Serra?
Lutamos para que a Sudene fosse estendida a todo ES, mas não foi possível. Há uma resistência grande da bancada do Nordeste. Mas avançamos nessa votação, se consolidar vai ajudar esses quatro municípios. No caso da Serra é preciso ficar atento, porque consolidando, vai dar um potencial atrativo ainda maior a Aracruz. A Serra terá o desafio de se reorganizar, com sua logística, infraestrutura e outros atrativos para fazer frente.
Lula vai chegar a outubro de 2018 com condições de ser candidato a presidente?
Não existe fundamento para a condenação dele. Não há provas e não acredito que o jurídico vá cometer uma aberração desse tipo. Lula estará pronto para ser candidato em 2018.
PT deixou ou não a base do governador Hartung (PMDB)?
A atual direção do PT não cumpriu a decisão do Congresso Estadual, de romper com o Governo Hartung e fazer oposição. Lideranças continuam com o comando de instituições como a Aderes. Na Assembleia há um afinamento com a base, que é uma contradição com o que foi definido.
Existem especulações de que o senhor será candidato a deputado estadual em 2018.
Nunca cogitei essa ideia e tenho a decisão: vou disputar a reeleição como deputado federal.
O senhor foi candidato a prefeito da Serra. Ainda nutre esse desejo?
Quero concluir da melhor forma possível o mandato. Já tomei a decisão de tentar apenas mais um.
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