Por Bruno Lyra
Vai demorar pelo menos meia década para o morador da Grande Vitória ter um pouquinho menos de pó preto nos pulmões e em sua casa. Isso se a Vale conseguir cumprir a meta de reduzir o poluente em 20% nos próximos cinco anos, promessa que foi feita pelo presidente da empresa, Murilo Ferreira, ontem (23) durante o depoimento à CPI do Pó Preto na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales).
Segundo publicação no site da Ales, Murilo disse que a empresa fará várias intervenções nos próximos anos. “Até 2020 vamos investir mais R$ 65 milhões em 40 melhorias, com redução estimada de mais 20% da poluição. Serão intervenções mais precisas, otimizando o que fizemos”, acrescentou o diretor de Pelotização da empresa, Armando Maurício Marx, que também depôs na CPI.
Armando acrescentou que desde 2007 a Vale investiu de forma voluntária por volta de R$ 700 milhões e conseguiu reduzir em 33% as emissões, apesar da percepção dos moradores da Grande Vitória apontar para um agravamento do problema.
Já os parlamentares questionaram aos representantes da Vale o impacto que as emissões causam na saúde da população capixaba e a utilização de tecnologias mais modernas; a quantidade de impostos pagos pela Vale e até uma suposta espionagem da empresa a ambientalistas.
O próximo passo da CPI são as visitas técnicas dos parlamentares. O presidente da Comissão, Rafael Favatto (PEN), divulgou o cronograma. “No dia cinco de maio vamos visitar a Arcelor; dia oito a Vale; e no dia 15 a Samarco, sempre às 9 horas”, anunciou.
Samarco
Apesar de a Samarco não estar na Grande Vitória, a empresa – que tem parte das ações controladas pela Vale – também foi incluída na CPI do Pó Preto. O depoimento do presidente da empresa, Ricardo de Aragão, aconteceu na última quarta (22), quando prometeu que vai investir R$ 130 milhões para reduzir a poluição até 2019.