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“Vamos dar ênfase na apreensão de armas, que são utilizadas para homicídio, roubo e intimidação”

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O comandante Roberto Mauro disse que muitos crimes não são notificados pelas vítimas e isso atrapalha as ações da PM. Foto: Joatan Alves

Yuri Scardini

A Serra é um lugar com vocação para o tráfico. Os números de homicídios são alarmantes. Armas devem ficar só com policiais. A baderna é geral quando a polícia não está nas ruas. Essas afirmações são de um morador da Serra há 27 anos e policial militar há 24.  Trata-se do tenente coronel, Roberto Mauro, que comanda o Sexto Batalhão, sediado no município, desde o mês passado. Nesta entrevista Roberto Mauro, que já foi subsecretário de Defesa Social da Serra na segunda gestão Audifax Barcelos, fala sobre o mapa de violência da Serra, contingente, as estratégias de policiamento para a cidade, a urgência na apreensão de armas e réplicas. Também comentou sobre o colapso na segurança capixaba em fevereiro.

 Há anos  lideranças políticas da Serra reclamam do baixo efetivo de PM´s no município. Essa reclamação é justa? Qual é o efetivo atual?

É verdade que com um número grande de efetivo nós temos uma maior capacidade de controle. Mas o que evita que uma pessoa cometa delitos é a impunidade. E isso atrapalha a PM. Hoje o batalhão trabalha com quase o dobro de polícias que tínhamos em 2010, temos 727 policiais. Junto com a outra Unidade que ganhamos esse ano, temos mais 240, ou seja, quase mil homens.

“Estamos apreendendo muitas

armas de brinquedo também”

Como a reestruturação da PM altera o policiamento na Serra?

Grande parte dessa reestruturação já estava prevista. Regiões da Grande Vitória, que se destacam pelo número de crime contra pessoas e patrimônio ganharam Companhias Independentes. A 14ª, que é a da Serra, instalada em Feu Rosa, tem uma peculiaridade, que é um policiamento também voltado ao turismo, já que abrange grande parte das praias. Essa Companhia que trabalha em conjunto com o Sexto Batalhão abrange bairros com alto índice de homicídios, e muito populosa, como a região de Jacaraípe, Nova Almeida, Vila Nova de Colares e Feu Rosa.

Há mais de 20 anos a Serra lidera os índices de criminalidade no ES, principalmente assassinatos. A sua gestão traz alguma novidade para tentar conter isso?

Há um forte e histórico processo de imigração para a Serra, muitas vezes ocorre uma falta de identidade com o lugar. Ocorre um atrito de culturas, e uma briga pelo controle do tráfico de drogas, grupos loteiam os bairros para vender drogas e começam a se formar em gangues. E a partir daí se dá um série de homicídios por vingança e disputa de território. No batalhão, damos bastante atenção à apreensão de arma de fogo, sendo a maior do estado. Esses homicídios acontecem 99% por arma de fogo. Além disso, defendo que cada bairro tenha um conselho de segurança, formado pelos moradores e que trabalhe em parceria com a polícia.

A apreensão de arma de fogo é uma das prioridades do batalhão?

Sim. Ano passado estouramos uma fábrica clandestina de arma de fogo em Jardim Carapina. As armas eram de boa qualidade e estavam sendo vendidas até para fora da cidade.  Vamos dar ênfase na apreensão de armas, que são utilizadas para homicídios, roubos e intimidações. Só nesses primeiros meses do ano prendemos mais de 60. Quando o bandido não tem arma, ele usa réplicas, e caseiras. Estamos apreendendo muitas armas de brinquedo também.

O senhor é a favor do porte de armas?

Só para polícias. Pela falta de preparo da população em geral pode ocorrer de tentar reagir e se tornar vítima. Pode aumentar o índice de homicídios. Arma em casa é complicado também, por que alguém pode roubar e cair na mão de pessoas que usam para o mal.

“Estouramos uma fábrica

clandestina de armaem Jardim Carapina”

Está normalizado o policiamento na cidade após o fim da paralisação da PM?

Sim, está normalizado, sempre teve uma ou outra pessoa com dispensa médica, mas quase 100% estão na rua. Temos policiamento, através de bike, moto patrulha, rádio patrulha e blitz. Estamos abordando veículos, táxis e pessoas para dar uma resposta a essa criminalidade. A polícia trabalha com o mapa do crime, fazemos o levantamento de algumas áreas, dia e hora, e planejamos nossa atuação. O que acontece é que muitos crimes não são notificados pelas vítimas, e isso atrapalha um pouco.

 Quais são as regiões mais problemáticas da cidade? Há estratégia específica para elas?

Há mais de 15 anos temos entre 12 e 13 bairros que estão no ranking dos mais violentos. Nova Carapina ll, Planalto Serrano, Novo Horizonte, Central Carapina, Jardim Carapina e Balneário Carapebus são alguns exemplos. Trabalhamos dia e noite nesses bairros. Estamos fazendo um trabalho conjunto, polícia civil, militar e Estado, mais de uma vez por mês sentamos para discutir as ações. Em janeiro, fevereiro e março, tivemos números altos em Jardim Carapina, por exemplo, que saiu da linha padrão, agimos forte dentro daquele bairro, voltando todo o efeito de escala extra para lá e reduzimos a quantidade de homicídios de 14 para 1. Os números são alarmantes ainda, mais está diminuindo, com uma população que continua crescendo. Em 2015 reduzimos em 6% os homicídios, em 2016 foram 17%.

“Muitos crimes não são notificados

pelas vítimas e isso atrapalha”

 E crime contra o patrimônio? Onde há mais ocorrência?

Com o desemprego em alta, há muitas pessoas que cometem delitos para manter o vício. Estamos observando esse aumento de furtos e roubos. Na região da grande Laranjeiras é onde mais ocorrem e nesse eixo há muitos bancos, muito trânsito de dinheiro, muitos veículos. Em outros eixos de classe C, com um comércio crescente como em Porto Canoa, Serra dourada II e Barcelona, passa atrair os criminosos também. O que temos combatido também são os arrastões. Bandidos de moto e carro próximos a empresas roubam vários empregados de uma vez.

 Recentemente a PRF flagrou 123 kg cocaína escondida no interior de um bloco de granito. O homem responsável, um mexicano, despachou a mercadoria na Serra. O município é rota do tráfico internacional de drogas?

Sim, veja só, o estado tem vocação portuária e alguns estão próximos ao nosso município, além disso, há muitas áreas de logísticas. Você citou esse exemplo do bloco, eu cito um pátio que recebia maconha em Jardim Tropical, mais de 120 quilos. O fato de ter pátios e portos faz da Serra um lugar com vocação.

Qual avaliação que faz da semana de paralisação da PM? O que foi aquilo? 

Eu estava de férias durante aquele período. Foi um movimento de familiares de policiais, que achavam algumas situações injustas. O Estado disse que não tinha recurso para reajustar os vencimentos, porque iria atrapalhar a folha e o movimento foi ganhando força. Chegamos a entrar em estado de anarquia, baderna geral, onde a polícia estava impedida de ir para a rua e muitas pessoas se viram no direito de assaltar, furtar e matar. Até pessoas de bem. Foi lamentável, o que ocorreu, todos nós sofremos. Ficou provado a importância da polícia militar e que não pode ficar paralisada.

 

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