Completando o 3º ano desta sua segunda passagem à frente da Prefeitura num momento de crise econômica e política, Audifax Barcelos (Rede) faz um balanço de 2015. Também fala sobre os desafios de gerir a cidade neste cenário em 2016, ano que pode enfrentar uma dura disputa com o deputado federal Sérgio Vidigal (PDT) nas eleições municipais. Confira.
Quais foram os avanços e gargalos da gestão em 2015?
Os dois primeiros anos da minha gestão foram de ajustes. Perdemos 15% da receita com o fim do Fundap e peguei o município em situação administrativa ruim. Coloquei teto na previdência, extingui cargos comissionados. Adequei receita e despesa. Chega no 3º ano vem à crise nacional, que derrubou a receita para valores nominais iguais aos de 2008, com a diferença de 95 mil habitantes a mais que ganhamos nesses 7 anos. Mesmo assim, colocamos quase 25% da receita em investimentos. Em 2015 vamos arrecadar R$ 850 milhões e fechar com mais de R$ 200 milhões em investimento.
O que o senhor destaca dentre as obras da administração em 2016?
Tiramos do papel a obra do Hospital Materno Infantil. Alargamos e aprofundamos o rio Jacaraípe; obras de saneamento básico através da Parceria Pública Privada; creches, contenção de encostas. Destaco ainda a regularização fundiária, casas para a população de baixa renda; na saúde, pela 1ª vez por dois anos consecutivos conseguimos ter a mortalidade infantil menor do que 10 a cada mil nascidos.
Como está a mobilização do município para enfrentar o Aedes aegypti, transmissor da zika, dengue e Chikungunya?
Estamos em alerta. Montei um gabinete de crise onde acompanho diariamente as ações e a ocorrência de novos casos. Somos, até agora, o único município da Grande Vitória que não teve morte por dengue e que reduziu a incidência, com menos de 950 casos. Além da ajuda do exército e do trabalho de nossa equipe de endemias, estamos mobilizando lideranças religiosas e comunitárias.
E a preparação para encarar as chuvas de verão?
Com obras como a dragagem do rio Jacaraípe e das encostas que estamos terminando em Nova Carapina e Planalto Serrano. Houve erro no projeto da encosta de José de Anchieta, que está sendo refeito. Tem também limpeza de valões.
É possível neste verão trazer turistas para aquecer a economia do litoral, que há anos enfrenta dificuldades?
Vamos fechar a avenida da praia em Jacaraípe para o lazer. Haverá programação de música em todos os balneários. Estamos reformando a Praça Encontro das Águas, que será entregue em dezembro. Meu desafio é criar pontos que unam a Serra, cidade muito grande e com bairros espalhados, como a Praça Encontro das Águas, Jardim Botânico e Parque da Cidade.
O que há previsto de obra e investimento para 2016?
Trabalho para manter os quase 25% da receita em obras. Quero entregar as 14 creches, a UPA de Castelândia, iniciar a ciclovia Serra-sede – Jacaraípe. Pavimentar ruas em bairros, seguir com políticas de diminuição de impostos, na contramão do que está fazendo a União. Ampliar o Parque da Cidade, implantar o estacionamento rotativo, dar sequência na troca da iluminação por lâmpadas de vapor metálico ou de led. Implantar a Guarda Municipal, entregar de mais de 700 unidades habitacionais populares. E concluir a obra do rio Jacaraípe.
Como a Serra pode ajudar a viabilizar o Contorno do Mestre Álvaro?
Nas desapropriações. É uma prioridade para o município.
O município pode ajudar na prevenção ao terrorismo nas Olimpíadas no Rio de Janeiro?
Falei com governador sobre. Estamos muito perto do Rio de Janeiro e o ES tem que se preocupar também. A Prefeitura, embora não comande órgãos de segurança, também terá que ter uma participação.
Qual é a avaliação do senhor em relação a este primeiro ano do governo Hartung?
As dificuldades foram enormes para todo mundo por conta da queda de receita. Em relação ao Brasil, o ES é bem conduzido e está entre os melhores estados em relação à situação fiscal. O Paulo (Hartung) é um grande gestor público e está terminando o ano muito bem.
O governador vem mantendo diálogo com o senhor e também com seu principal adversário, o deputado Vidigal (PDT)…
É um desserviço para a população falar em eleição agora. Políticos profissionais que disputam eleição a cada dois anos só trazem prejuízo. A classe política com mandato tem que se unir. Precisamos de emendas, recursos, somos a maior cidade do ES. Vale mais um grama de ação do que uma tonelada de palavras.
Teve um ensaio de aproximação entre o senhor e o deputado Vidigal que acabou não se concretizando. O que houve?
Da minha parte estou de portas abertas. Mandei ofícios solicitando emendas para pavimentação para que ajude a população da Serra. É hora de trabalharmos para a população da cidade.
E o Estado e a União ajudaram a cidade em 2015?
Nem 10% dos convênios com Estado e União chegaram. Isso atrapalhou o andamento de obras como as das creches, onde metade do orçamento vem da União.
Um dos cortes anunciados pela União é o do Bolsa Família. Qual é o impacto disso na Serra e como afeta o humor do eleitor?
Vai ser algo pesado para a cidade, para o comércio. Uma parte da população não diferencia as esferas de governo. Todos que estão no poder serão atingidos. Mas isso é motivo trabalhar ainda mais.
Moradores temem o desmanche da Serra-sede com saída de órgãos públicos….
Não está saindo nada da Serra-sede. Antes de eu ser prefeito se falava em tirar a prefeitura daqui. Quando virei prefeito nunca mais se falou nisto. Fiz esse prédio novo da Prefeitura e quero fazer mais um entre a escola Aldary e o cartório, na área da feira. E estou reformando o prédio antigo da Prefeitura para oferecer às varas que querem sair do Fórum.