Perto de concluir o segundo ano de mandato, o prefeito Audifax Barcelos (PSB) aponta os investimentos prioritários do município nos próximos dois anos. Faz também um balanço de sua administração até aqui e a relação com a Câmara de Vereadores.
Como estão as finanças da prefeitura?
Retomamos todas as obras de saúde e educação e deixamos para o próximo ano as obras dos centros de vivência. O primeiro ano foi dedicado ao pagamento de dívidas.
Algumas ainda não foram pagas, como os R$ 52 milhões da EngeUrb, esperando a decisão judicial; os R$ 20 milhões da Mosca, que estão sendo pagos. Também aqueles R$ 40 milhões do Instituto de Previdência dos Servidores (IPS).
Em função da situação orçamentária e financeira, perdemos R$ 45 milhões ao ano após o fim do Fundap. Serão R$ 180 milhões nos quatro anos de mandato, quase 20% de um orçamento anual.
Esse valor poderia ser investido em 390 km de asfalto; 90 creches ou 45 unidades de saúde.O valor foi perdido exatamente um mês após minha posse. Mas conseguimos adequar a situação financeira do município.
Neste cenário, de quanto será o investimento nos próximos dois anos e quais as obras prioritárias?
Estimo cerca de R$ 300 milhões. Obras importantes, estruturantes, como a dragagem do Rio Jacaraípe, unidades de saúde, escolas, 15 creches, o calçadão de Cidade Continental, o valão de Jardim Carapina, a Upa de Castelândia, a divisa de Bairro de Fátima com Jardim Camburi, o Contorno de Jardim Carapina; a entrega de quase 800 unidades habitacionais em Novo Horizonte.
No próximo ano, a Serra instituirá uma versão municipal do Minha Casa Minha Vida, com 600 casas para pessoas que vivem com Aluguel Social.
No próximo ano serão entregues duas mil unidades habitacionais na Serra. Também estamos atuando com a regularização de imóveis.
Como o município está se preparando para as chuvas previstas para o verão?
Socorremos a população e acompanhamos de perto a situação dos moradores em 2013. Fomos o único município que deu R$ 1,5 mil para quase dez mil moradores atingidos.
Iniciamos a obra de dragagem do Rio Jacaraípe, do Canal dos Escravos, a limpeza dos valões e espero avançar na captação de recursos para elevar o dique do Santa Maria. Percebemos que os órgãos de controle desse país se aperfeiçoaram, mas os órgãos de execução não acompanharam.
Por mais interesse social que atendam essas obras, é muito difícil adquirir licença ambiental, e em alguns casos a obra pode ser paralisada por essas questões. Não é fácil tocar obras públicas neste país.
Como está a questão das pedreiras operando em área urbana na cidade?
Isso é preciso ver na Câmara, pois o projeto de lei de autoria do executivo proibindo a renovação de licença dessa atividade está lá. O prefeito da Serra é contra esse tipo de indústria e de comércio na cidade.
Infelizmente vejo ações políticas por trás disso. Estou aqui para defender a população; os moradores são afetados por aquelas pedreiras, com a poluição gerada. Não cabe mais esse tipo de atividade em área urbana. Por isso enviei o projeto de lei para a Câmara.
A intenção da prefeitura em impor horários para bares e para presença de menores nas ruas também são temas que dividem a sociedade…
Concordo que bares tenham horário para funcionar, pois homicídios e outros problemas ligados à falta de segurança acontecem de madrugada. O poder público também precisa promover a segurança, mas essa responsabilidade é também da sociedade.
A ideia é promover qualidade de vida e segurança para a população da Serra. Estamos dispostos a conversar e negociar, mas não dá para um projeto ficar indefinidamente na Câmara. Sobre a permanência de menores na rua, nossa preocupação é com a vida.
Precisamos fortalecer as famílias, e algumas delegam aos padres, pastores, escolas e poder público a responsabilidade para com os filhos. Queremos chamar esses pais para a responsabilidade.
Há perspectivas para o aeroporto internacional de cargas e contorno do Mestre Álvaro?
Acredito que o projeto do Contorno do Mestre Álvaro estará resolvido no próximo ano. O dinheiro já está na conta,o projeto licitado e já existe um ganhador da obra. Como 80% dos recursos são do Governo federal, com gestão do Estado, uma denúncia levou o Tribunal de Contas da União a algumas irregularidades no processo.
Isso foi motivado por denúncia e esse procedimento, com denúncias infundadas, prejudicam a população. Sobre o aeroporto, é um projeto a longo prazo. Existem conversas e ensaios sobre isso. Esperamos o novo governo assumir para saber o andamento de obras macro como esta.
Como está a relação do prefeito com a Câmara de Vereadores?
Uma relação harmoniosa, respeitosa e de independência. O que é bom para a democracia e para a política. Tenho certeza de que as ações serão pautadas com independência, princípio e responsabilidade, obedecendo aos princípios da administração pública. Não fugindo disso, as coisas vão andar muito bem.