A Assembleia Legislativa vai conceder uma das maiores honrarias do estado ao ex-deputado Jean Wyllys e ao fundador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile. Trata-se do título de Cidadão Espírito-Santense. Os projetos de decreto legislativo foram aprovados nesta quarta-feira (5) pela Assembleia Legislativa e a autora é a deputada Iriny Lopes (PT). Entretanto, a ação desde já promete gerar muita polêmica. O deputado estadual, Vandinho Leite (PSDB), em conversa com a reportagem do TEMPO NOVO defendeu que a Assembleia boicote a honraria aos ícones da esquerda brasileira.
Vandinho argumenta que “nenhum dos dois tem trabalho em prol do Espírito Santo” e não entende o motivo de dar uma das honrarias “mais simbólicas” a “duas figuras tão questionáveis assim”. Ele diz ainda que vai estudar junto a sua assessoria jurídica se há alguma abertura dentro do regimento interno que impeça “esse escárnio com dinheiro públicio”.
Atualmente, Stédile é membro da direção nacional do MST, filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) no diretório municipal de Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul. Também é economista e autor de diversas obras que tratam da questão agrária e de temas políticos, como o socialismo e a luta de classes, publicados pela Fundação Perseu Abramo. Na justificativa da proposta de homenagem, Iriny destaca que Stédile é um dos maiores defensores da reforma agrária no Brasil.
O outro a recebe a homenagem é o deputado federal eleito Jean Wyllys, que, inicialmente, tornou-se conhecido após ganhar a edição de 2005 do reality show Big Brother Brasil, exibido pela Rede Globo. Tornou-se deputado federal pelo Rio de Janeiro e, mesmo após vencer a terceira eleição consecutiva, em 2018, renunciou ao cargo após sofrer ameaças. Sendo assim, desde janeiro de 2019, ele deixou o Brasil.
Jean Wyllys é jornalista e professor de Comunicação. Homossexual assumido, ele foi um dos parlamentares brasileiros na defesa dos direitos humanos, especialmente em relação aos direitos LGBT, segundo a justificativa da proposta da deputada Iriny Lopes.