As vendas de varejo ampliado (que incluem veículos, motos, partes e peças e de material de construção) no Espírito Santo recuou 19,2% em relação a agosto de 2014, valor que representa mais que o dobro da média nacional, que fechou com recuo de 9,6%.No acumulado dos 7 primeiros meses do ano o estado amargou queda de 13,7%, também muito acima da média nacional, – 6,9%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dentro do setor varejista, as atividades que mais apresentaram queda no volume de vendas no mês de agosto em comparação com o mesmo período do ano passado foram veículos, motocicletas, partes e peças com incríveis -33,8%. Seguido por artigos de uso pessoal e doméstico com -20,6%; tecidos vestuário e calçados com -16,7%; móveis e eletrodomésticos, com -13%; combustível e lubrificantes com – 12,6%; livros, jornais, revistas e papelaria com -12,3%; Material de construção com -9,6%;
Para o IBGE, a situação decorre de três fatores: as restrições ao crédito, principalmente para as pessoas físicas; a redução da renda e a retirada dos incentivos via redução do IPI para itens de móveis e eletrodomésticos.
Para Samuel Valle, diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da Serra, tanto os polos varejistas emergentes como Porto Canoa e Novo Horizonte quanto os tradicionais como Laranjeiras, vão diminuir o volume de vendas e precisarão se reinventar, ser criativos na estratégia de venda e terão que renegociar condomínios, aluguéis e mercadoria junto a fornecedores.
Estas quedas no volume de vendas do varejo podem ter afetado diretamente os postos de trabalho do comércio na Serra. Segundo dados do Ministério do Trabalho, foram perdidos 222 postos de trabalho (relação de admitidos e demitidos) em agosto de 2015 em relação a agosto do ano passado.
No acumulado dos 7 primeiros meses do ano, foram perdidos 2.063 postos de trabalho, queda de 7% em comparação com o mesmo período do ano passado. Ao todo foram 12.007 demissões no comércio.
Criatividade, relacionamento e preço para driblar crise
Toda essa crise também pode abrir oportunidades de novos negócios para empreendedores criativos e que enxergaram uma lacuna no mercado. É o caso do empresário Anderson XXX, de Laranjeiras que produz e vende móveis sob medida feitos de pallets.
Segundo ele o volume de vendas ainda se mantém estável mesmo com a crise econômica. “São móveis feitos sob medida para cada cliente, é um trabalho artístico que envolve habilidade e criatividade”, avalia o empresário.
Anderson frisa que o relacionamento de proximidade com os clientes, cria uma rede de indicações entre amigos de amigos e fazem a diferença para a demanda se manter estável.
O outro fator importante é o preço. “Meu preço é abaixo do que o mercado pratica. É melhor ganhar pouco sempre do que muito de uma vez só” aconselha.
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