O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes e o diretor do Lacen – Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo, Rodrigo Rodrigues anunciaram a presença da variante B117 originária do Reino Unido, em solo capixaba. O anúncio foi feito durante entrevista coletiva sobre a Covid-19 na tarde desta segunda-feira (22).
Segundo Rodrigo Rodrigues, a variante do Reino Unido foi detectada em Barra de São Francisco e a faixa etária de 0 a 30 anos concentrou um aumento dos casos SGTF em relação aos outros casos de variantes encontrados. “As evidências apresentadas sugerem predominância no Espírito Sando de amostras positivas para a variante SGTF que podem estar associadas à variante B117. Existe uma amostra oriunda do Espírito Santo que trata de uma amostra de B117 positiva. Essa amostra foi colhida em Barra de São Francisco. Ela foi sequenciada pelo grupo da UFMG, e foi confirmada de se tratar de uma variante do Reino Unido”.
Rodrigo alertou ainda que a linhagem B117 tem taxa de infecciosidade mais elevada. “Em um estudo conduzido recentemente por um grupo mineiro, foram encontradas pelo menos amostras de 10 Estados onde a linhagem B117 foi detectada. Isso provocou cadeiras contínuas de transmissões desde o início de dezembro de 2020. Consequências desta propagação ainda permanecem desconhecidas. A variante B117 surgiu na Grã-Bretanha, apresenta uma taxa de infecciosidade mais elevada do que as outras variantes; esse aumento é de 43 a 90%. Ela é encontrada em vários países do mundo, e nos Estados Unidos ela ocupa uma posição de destaque. Em meados de abril, ela já deve ser a cepa predominante naquele país. Um detalhe importante é que nos EUA o número de infectados por essa cepa, dobra a cada 10 dias”.
No Brasil até o momento há registro das variantes P1 (descoberta em Manaus), B 1351 (vinda da África do Sul) e B 117 (do Reino Unido). Essas variantes causam preocupação pois tem capacidade de infecção e de transmissão maior que a linha original do causador da covid.
Nésio Fernandes fez um apelo aos capixabas. “Precisamos mais do que nunca ter disciplina de proteção: uso de máscaras principalmente. Para aqueles que estão se protegendo e aqueles que estão contaminados. Também é necessário que a população entenda que enquanto não houve imunização ampla acima de 70%, teremos que conviver com cotidiano diferenciado. É fundamental que a população apoie as medidas. Esses dias não são dias de ir para calçadão, de ir à praia. São dias para ficar em casa. Temos uma alta probabilidade de altas variantes circulem e alcancem um grau de predominância no nosso Estado. Isso pode explicar recordes de óbitos que devemos encontrar nos próximos dias. Isso exige atenção. Precisamos impedir a transmissão da doença”.
O secretário de Saúde disse também que a cobertura vacinal ainda é insuficiente. “O isolamento social é essencial para derrotar a pandemia. Não temos outros caminhos. Vamos continuar lutando, resistimos e venceremos”.
A Serra tem 44.930 casos da Covid-19, 815 mortes e 43.333 pessoas curadas da enfermidade até o domingo (21). Já o ES, possui um total de 359.405 confirmações, 56.928 mortes e 335.199 curados. Os dados são do Painel Covid-19 do Governo do Estado.
Bairros com mais casos na Serra
Os bairros da cidade com o maior número de óbitos são: Bairro das Laranjeiras (38), Feu Rosa (34), Barcelona (29), Cidade Continental (28), Vila Nova de Colares (28), Nova Carapina I (26), José de Anchieta I (23), Planalto Serrano (23) e Parque Residencial Laranjeiras (22).
Das mortes na cidade, a grande parte é de idosos ou pessoas com comorbidades, mas também houve registro de moradores mais jovens, com 32 e 43 anos. Nesse caso, sem informações sobre comorbidades.
Colina de Laranjeiras é o bairro com maior número de casos confirmados de coronavírus na Serra e já tem 2.062 confirmações. Em segundo lugar vem Morada de Laranjeiras, com 1.734.