Os moradores de Nova Carapina II, na Serra, realizaram uma manifestação no início da noite desta terça-feira (12) e bloquearam com fogo e pneus uma das principais avenidas do bairro. O protesto ocorre por conta de um casal que foi morto pela Polícia Militar em fevereiro deste ano.
Os populares afirmam que as vítimas teriam sido executadas; enquanto a PM garante que os dois trocaram tiros com a guarnição, que revidou, e, por isso, foram mortos.
Familiares e amigos de Douglas Bragança Neres, conhecido como “DG”, e Tatiely Paulino da Conceição, cobram que o caso seja investigado e apontam as mortes como “injustas”.
Informações obtidas pelo Jornal TEMPO NOVO apontam que, até as 20 horas desta terça-feira, os moradores continuavam impedindo o trânsito na avenida do bairro.
A Polícia Militar e a Guarda Municipal da Serra foram enviadas para controlar a situação e estão presentes no local. Os ânimos estão exaltados, com acusações dos populares contra a polícia. Houve disparos de tiros de bala de borrachas.
Por nota, a Polícia Militar confirmou que equipes acompanham, na noite dessa terça-feira, um protesto no bairro Nova Carapina II.
“Cerca de 20 pessoas manifestaram na região bloqueando a Avenida Muriaé. Equipes da Força Tática e demais viaturas negociaram com os manifestantes que desobstruíram o ponto de bloqueio sem a necessidade de confronto”, diz o texto da nota.
Entenda o caso
No dia 9 de fevereiro, o soldado Comper foi assassinado por criminosos em Nova Carapina II. O caso gerou comoção estadual e iniciou uma zona de guerra no bairro. Três dias depois, na madrugada do sábado, 12, policiais militares foram a comunidade após receber a informação de que Douglas e Tatiely estavam na região.
Uma guarnição foi até a residência onde o casal se encontrava e, segundo o boletim, Douglas teria gritado em voz alta que não se entregaria. Ele e Tatiely teriam corrido para dentro do quarto e atiraram contra os policiais, que revidaram.
Os dois foram socorridos e levados para o Hospital Estadual Jayme Santos Neves, mas não resistiram aos ferimentos. A PM afirmou que as vítimas foram mortas porque reagiram.
Em um primeiro momento, a Polícia Militar afirmava que o homem morto (Douglas) teria envolvimento na morte do policial Fernando da Cruz Comper, que foi assassinado no dia 9 de fevereiro na frente de um supermercado de Nova Carapina II. Porém, essa hipótese foi descartada pela investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, que já finalizou o inquérito do crime contra o PM.
A DHPP não incluiu Douglas como suspeito na morte do PM e apontou outros quatro acusados de envolvimento no assassinato de Comper.
O caso do confronto do casal contra a polícia não está sob cuidados da DHPP da Serra, mas segue sendo investigado pela Delegacia de Investigações Especiais (DIE).