Com muita emoção, orações e louvores, profissionais de saúde do Hospital Estadual Jayme dos Santos Neves, em Morada de Laranjeiras, fizeram uma linda homenagem ao enfermeiro Welington Schmidtberger, que trabalhava na unidade e morreu nesta semana por complicações da Covid-19. O evento aconteceu na manhã desta sexta-feira (4), um dia depois do óbito da vítima, e contou com a participação do secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes.
A homenagem começou às 10 horas e também contou com a participação de amigos da vítima, enfermeiros, técnicos, médicos e outros profissionais da área da saúde. Existe a possibilidade de ocorrer uma nova homenagem na noite de hoje, que está sendo organizada por colegas de trabalho do plantão noturno. No vídeo recebido, muitas pessoas cantaram músicas gospel que falam sobre fé e a proteção de Deus, além de soltar balões brancos no final.
O TEMPO NOVO conversou com amigos da vítima, que lamentaram a morte. Segundo eles, Welington esteve internado no próprio Jayme por mais de 15 dias, mas acabou não resistindo a doença. Zélia Barreira da Silva, encarregada de higienização do hospital estadual, disse à reportagem que o enfermeiro era uma pessoa que sempre estava alegre e trazia essa alegria para os corredores da unidade. Além disso, ela contou que todos estavam orando por sua recuperação.
“Ele sempre foi muito humano. Não tinha tempo ruim. Sempre super alegre e com uma autoestima para lá de natural. O Welington também era muito amigo da gente, do hospital. Aquele funcionário que fazia a diferença no Jayme. Nós recebemos muitos e-mails de outras áreas que diziam estar orando por ele e até fazendo vigília. A terra não merecia ele, pois era alguém que merecia algo muito melhor”, disse Zélia, o tentando descrever em poucas palavras.
Uma amiga de infância da vítima também conversou com a reportagem. Segundo Elizabete Rodrigues, Welington deixou cinco filhas, além de sua esposa. “Tinha algum tempo que eu não possuía contato com ele, mas sempre fui amiga de infância. Infelizmente, há poucos dias atrás que minha ficha caiu e descobri que ele estava internado no Hospital Jayme. Tudo foi muito triste, pois ele era uma ótima pessoa”, relatou a profissional de saúde.
Quem também conversou com o TEMPO NOVO foi a Sheila Felix, que é da área de higienização do Hospital Jayme dos Santos Neves. De acordo com ela, todo o hospital está em luto nesta sexta-feira, pois a morte de Welington Schmidtberger foi uma grande perda para os funcionários e a área da saúde.
“Welington foi um dos meus primeiros contatos do Jayme. Eu sempre contei muito com a colaboração dele, mesmo sendo de setores diferentes. (…) Foi um período curto de convívio, mas durante esse tempo eu vi humildade nele. Nós sabemos que hoje lidamos com todo tipo de gente, mas ele foi uma pessoa que passou por mim e me marcou. Posso dizer, com toda certeza, que hoje o Jayme está em luto. Eu estou de luto”, afirmou a funcionária.
A reportagem acionou a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que não se manifestou até a finalização desse texto, mas realizou um minuto de silêncio durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira pelo subsecretário de Saúde, Luiz Carlos Reblin.
O sepultamento do corpo da vítima vai ocorrer às 14 horas desta sexta-feira, mas não foi informado em qual cemitério. Está sendo apurado se o profissional morava na Serra ou em Vitória. Assim que essas informações forem acertadas, a matéria será atualizada com os detalhes.
Conforme informado, em menos de um mês, a Serra registrou duas mortes de funcionários da área da Saúde. No dia 22 de agosto, um sábado, Bernadete Cristina Marques, que morava na Serra e havia sido infectada pelo coronavírus veio a óbito após oito dias internadas no Jayme dos Santos. A profissional trabalhava na Unidade Básica de Saúde de José de Anchieta I e era muito querida por seus colegas de trabalho e até os pacientes atendidos por ela.
O sepultamento do corpo da técnica de enfermagem aconteceu na tarde do mesmo sábado em São Domingos, região de Serra Sede, debaixo de chuva. Sem cerimônias e com caixão lacrado, familiares e amigos da vítima se reuniram para tentar se despedir uma última vez de Bernadete.
Antes de ocorrer o enterro, profissionais de saúde, que eram colegas de trabalho da vítima, se reuniram na BR-101 e foram até o cemitério numa carreta em forma de homenagem. O sepultamento aconteceu por volta das 13h30 e durou, no máximo, uns cinco minutos. Por conta do risco de transmissão do coronavírus, o caixão não foi aberto e chegou da funerária com um saco plástico transparente que o cobria inteiro. Os parentes mais próximos da vítima estavam no local, todos muito abalados.
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