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Velejador que deu volta ao mundo atraca na Serra e conta aventuras e motivações: “ficar longe de gente chata”

Após volta ao mundo, Carlos Renato está na Serra já planejando a próxima jornada. Créditos: divulgação.

Do céu ao mar, e com o sonho de conhecer o mundo. Em poucas palavras é possível caracterizar parte da extensa trajetória do ex-piloto da Força Aérea Carlos Renato de Lima Oliveira, de 57 anos, que pausou a vida sob asas para se aventurar no alto mar por 3 anos em um veleiro. Atualmente na Serra após visitar 13 países, o desbravador nascido em Aracruz guarda com carinho as memórias de nadar com tubarões, acordar pela manhã com a presença de golfinhos e o contato com novas culturas ao longo de 50 mil quilômetros de mar.

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A ideia de viajar ao redor do mundo através do oceano era antiga para Carlos, que desde 1998 se preparava para tal momento. Mas foi somente em julho de 2019 que o velejador conseguiu concretizar seu antigo sonho, e partiu de Vitória rumo ao litoral brasileiro.

Após se aventurar pelo território nacional e chegar em Belém, o aventureiro começou sua jornada internacional, desembarcando primeiramente em Grenada, uma ilha caribenha e na sequência visitando Venezuela, Curaçao, Panamá, Galápagos, Polinésia Francesa, Fiji, Nova Caledônia, Austrália, Indonésia, Ilhas Christmas, Cocos Island, Mauritius, África do Sul e Santa Helena.

A terra firme nunca foi o forte de Carlos, que anteriormente trabalhava como piloto da Força Aérea e da aviação executiva, transitando pelo território nacional e internacional. Porém, nas viagens através dos oceanos o ex-piloto confessou que é uma vivência totalmente diferente, apesar do ponto em comum da ausência do ambiente terrestre.

O Free Wind, nome dado ao veleiro guiado pelo aposentado, contém duas suítes, sala e cozinha, conforto crucial para passar dias turbulentos como por exemplo, aconteceu na viagem de volta para Vitória com origem de Cidade do Cabo, na África do Sul trajeto que demorou 38 dias.

“Os dias no veleiro são ótimos, longe de internet, pessoas chatas e sem notícia ruim. Aprendi muita coisa, essa viagem é transformadora. O mundo tem espaço pra todo mundo, todas as culturas e todos os valores, não existe uma verdade absoluta. Nessa viagem você se desliga de tudo. É você e o mar, o vento, o barco, e o assustador é que isso basta”, disse Carlos.

Questionado sobre as maravilhas e os desafios enfrentados em alto mar e nos países que visitou, o velejador, contou que além dos perigos dos três oceanos por qual passou, a pandemia ocorreu em meio a sua jornada e acabou por impedir o contato com mais culturas.

“Em 2020 fiquei 5 meses em Fiji pois não tinha para onde ir. Todos os países da região estavam fechados por conta da pandemia. Também tive dificuldades no mar devido a tempestades, uma vez achei que inclusive o barco iria quebrar. Mas apesar dessas situações, a viagem me proporcionou momentos incríveis. Me emocionei quando fui recebido em Fiji com música, mergulhei com tubarões na Polinésia, visitei a ilha em que o filme “O Náufrago” foi gravado e ainda fui a um vulcão semiativo em Galápagos. Isso sem contar nas belezas diárias das travessias com a presença de golfinhos, pores do sol e luares que só essa viagem poderia me mostrar”, disse Carlos.

No Panamá, Carlos exercitou ainda a solidariedade comprando e doando Filé mignon e lagostas para a população do local.

“Visitei a região autônoma dos índios Kunas, San Blas no Panamá. Por lá a lagosta custava U$D 1,00 ou R$5,00 o kg. Visitamos varias casas e fizemos pra eles filé mignon.
As crianças nunca tinham comido carne e ficaram loucas com o sabor. São essas e outras histórias de que além de aprender foi possível contribuir de certa forma”, disse Carlos.

O choque de culturas, que poderia ser uma barreira, serviu como aprendizado para o veleiro, que passou por ilhas e países latinos, africanos, asiáticos e da Oceania. A experiência foi tão boa que, de acordo com Carlos, é difícil a adaptação na vida em terra e a vontade é de voltar a navegar em breve.

Além de conhecer outros povos, para Carlos, a viagem serviu como um momento de autoconhecimento. O retorno ao mar, depende do tempo que a embarcação passará por manutenção, mas motivação e vontade é o que não falta para Carlos que conta as horas para completar sua rota aos sete mares.

Fazendo História

Após retornar a Vitória no final de fevereiro, Carlos se consolidou como o 27° brasileiro a dar uma volta ao mundo com seu próprio barco. 

Confira fotos da viagem 

Créditos: divulgação.
Shiva Temple, Mauritaus. Créditos: divulgação.
Créditos: divulgação.
Créditos: divulgação.
Créditos: divulgação.
Créditos: divulgação.
Créditos: divulgação.

 

Redação Jornal Tempo Novo

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