As vendas de produtos medicinais de cannabis bateram recorde nos três primeiros meses do ano no país, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Canabinoides (BRCann). Os números da instituição apontam um aumento de 151% na comercialização de produtos de janeiro a março deste ano, comparando ao mesmo período do ano passado.
Só nos três primeiros meses de 2024, foram comercializadas 417,6 mil unidades, de acordo com a Associação. Ainda segundo a BRCann, as vendas do setor movimentaram R$ 163,7 milhões no período, um aumento de 202%. O mercado no ES segue a tendência de crescimento nacional.
A startup capixaba fundada com o nome “CBD Express”, que desde 2018 importa e comercializa produtos à base de cannabis medicinal, recebeu um investimento de R$ 2 milhões para ampliar suas operações. Com o aporte financeiro, a empresa, agora CBD USA Brasil, iniciou sua produção própria, no estado da Carolina do Sul, nos Estados Unidos.
Neste ano, a previsão é que as vendas da CBD USA Brasil somem um montante de 1,2 milhão. Já para 2025, a projeção é que elas alcancem R$ 2,5 milhões. O crescimento da startup capixaba acompanha o mercado nacional.
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“Nós fomos os primeiros no ES a importar medicamentos à base de cannabis medicinal e já atendemos mais de 3 mil famílias”, explica Rômulo Corrêa Alves, o fundador da CBD Express. Rômulo tem especialização em Direito Sanitário pela Fiocruz. Em 2023, se juntaram a ele os investidores Carlos Azevedo e Bruno Goulart, dando origem à CBD USA Brasil.
A neurologista Soo Yang Lee destaca os benefícios da cannabis medicinal, ressaltando os efeitos colaterais “baixíssimos” da substância. “A gente vê uma melhora, por exemplo, dos distúrbios comportamentais em pacientes com Alzheimer e do quadro de pessoas com Parkinson. A cannabis medicinal melhora o sono, a ansiedade, a agressividade de autistas e dores crônicas”, diz.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o potencial terapêutico da cannabis medicinal e considera que o seu consumo não apresenta qualquer perigo de dependência nem riscos para a saúde. Seguindo rigorosa Portaria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), todos os produtos são vendidos mediante prescrição médica.