A proximidade com o verão faz com que o consumidor procure consumir mais peixes e pescados, o que pode aumentar o comércio para quem trabalha no ramo. Na Serra, em alguns pontos de venda de peixes já aumentou em até 30%, mas outros sofrem retração como consequência do desastre/crime ambiental de Mariana, ocorrido há três anos.
Em Jacaraípe, outubro e novembro já aumentaram em até 30% a venda de pescados e frutos do mar, segundo a pescadora e comerciante Miriam de Fátima Gomes Scheneider.
“De outubro para cá tivemos muitos feriados e as vendas cresceram de 20 a 30%. A expectativa é que tenhamos um verão melhor este ano. Temos uma grande demanda de peroá, que tinha ficado 12 anos sumido e voltou a aparecer em 2015, e dourado. Mas percebemos que está mais difícil pescar”, aponta.
A razão é a lama da Samarco (Vale + BHP), que desde o final de 2015 segue descendo pelo rio Doce e atingindo o mar, principalmente na época das cheias. Segundo a Presidente da Colônia de Pescadores do município da Serra, Renata dos Santos Pereira, o impacto da lama na economia da pesca ainda persiste e a visão não é otimista.
“As vendas ainda não aumentaram e a tendência é que caia cada vez mais, pois o consumidor não compra, está com medo de contaminação. Em comparação aos anos anteriores à lama, nossas vendas este ano estão 50% menores”, afirma.
Ainda segundo Renata, cerca há cerca de 600 pescadores na Serra que atuam no mar. Ela não estimou quanto o setor movimenta anualmente no município.
À época da chegada da lama, o presidente da Federação das Associações de Pescadores do Espírito Santo (Fapaes), Nêgo da Pesca apontou que as vendas caíram 80%.