Uma representação solicitando a abertura de um processo de cassação do mandato do vereador Jefinho do Balneário (PL) foi enviada à Câmara da Serra. A solicitação foi feita pelo Podemos – partido de Igor Elson – no mês de junho, com a alegação de que o vereador agiu em desacordo com o decoro parlamentar fazendo acusações, sem provas, de que seu colega de plenário é corrupto e aceitou propina durante sua gestão com secretário do governo de Audifax Barcelos (Rede).
A situação citada pelo Podemos ocorreu durante a sessão do dia 26 de maio, onde o vereador Jefinho do Balneário fez um discurso citando os pagamentos de R$ 1 milhão feitos pela gestão de Audifax no final de 2020 para ex-secretários e outros cargos comissionados. O parlamentar insinuou que esses pagamentos foram ilegais – o que, de fato, não procede (entenda aqui).
Em seguida, Igor Elson saiu em defesa dos seus colegas secretários da administração anterior e afirmou que a esposa de Jefinho também trabalhou na gestão do ex-prefeito e que não teria recebido esses direitos adquiridos, pois talvez não tivesse como ter acesso ao benefício.
Pouco depois, Jefinho voltou a falar e acusou o colega de plenário de ter “rabo preso da Câmara até Jacaraípe”, além de insinuar que ele tenha recebido propina como secretário, pois “comeu por fora”.
“Igor, o que eu tenho para falar com você é que se eu não caminhei com vosso prefeito (Audifax) é porque ele é mentiroso e falso. É por isso que você defende. Vossa excelência é mentiroso. Por diversas vezes prometeu para nós na secretaria de serviços e nada foi cumprido. Vereador foi secretário, enrolou a população, mentiu. Mente para todo mundo, talvez você não colocou sua mulher, mas comeu por fora, muitos você pode ter feito isso. Você e Audifax são mentirosos. Muito cuidado com o que você fala porque se rabo está preso daqui lá na praia de Jacaraípe”, afirmou Jefinho.
E são exatamente essas afirmações que geraram o pedido de cassação do mandato de Jefinho do Balneário. A representação por quebra de decoro parlamentar já foi apresentada à Câmara da Serra e o Podemos espera que o presidente da Casa de Leis, Rodrigo Caldeira, constitua a uma Comissão Processante para que sejam adotadas medidas já previstas no Regimento Interno da Câmara.
Em conversa com o TEMPO NOVO, Igor Elson justificou a alegação de que o vereador deve perder o mandato afirmando que não responde por nenhum processo e que as acusações são levianas. “É quebra de decoro porque eu não respondo por processo. Fui secretário da gestão de Audifax, assim como outros amigos, e sempre fomos íntegros, pessoas honestas. O vereador me acusou de ter rabo preso, que como por fora, ou seja, de ser corrupto e também me chamou de mentiroso”, disse.
E Igor prosseguiu: “O vereador Jefinho causa desconforto em quase todas as sessões, acusando e desrespeitando seus colegas de trabalho. Pelo regimento, nós temos imunidade para falar de um cidadão comum, mas de outro parlamentar não. Tanto que outros parlamentares da Serra também estão processando ele. Além do pedido de cassação, abri processos por calúnia e difamação”, finalizou.
Jefinho mantém acusações: “não vou me intimidar”
Procurado para falar sobre o assunto, o vereador Jefinho do Balneário disse que doa a quem doer ele irá cumprir seu papel. “Doa a quem doer, eu vou fiscalizar, porque esse é meu papel como vereador. E vou fiscalizar tanto a gestão anterior como a atual”, disse.
E completou: “Eu não vou me intimidar. Tenho provas de que ele mente. Promete e não cumpre, prometeu várias situações para líderes comunitários e não cumpriu. Deu ordem de serviço e o serviço não foi feito, como é o caso dos campos de Bicanga, Jacaraípe e Cascata, que foram totalmente entregues há pouco tempo”, afirmou.
