Categories: Política

Vereador é afastado, continua com salário e enfraquece oposição

Geraldinho Feu Rosa foi afastado pela Justiça. Foto: Divulgação

Na última terça-feira (25), a Justiça afastou o vereador Geraldinho Feu Rosa (sem partido). A decisão é oriunda de uma ação na qual o Ministério Público o acusa de exigir 10% dos salários de seus assessores, prática conhecida como rachid. Entretanto, Geraldinho vai continuar recebendo o salário de R$ 9 mil/mês. Politicamente, essa decisão reflete no movimento oposicionista na Câmara, que vai se desidratando e deixando o presidente, Rodrigo Caldeira (Rede), enfraquecido.

Sem Geraldinho e Nacib Haddad (também afastado num processo em que o MP aponta envolvimento em fraldes de licitações), a oposição se afasta da composição de 2/3 do plenário (16 vereadores), número que no limite poderia até cassar o prefeito Audifax Barcelos (Rede). Agora com 14 parlamentares e a pouco mais de um ano da eleição municipal, comenta-se nos bastidores da Casa de Leis que muitos oposicionistas têm procurado interlocução com o prefeito.

Um dos receios é que o grupo político de Audifax estimule candidaturas com visibilidade nos redutos dos oposicionistas com objetivo de disputar o eleitorado. O TEMPO NOVO buscou falar com vários vereadores. Nenhum deles quis dar declarações públicas; mas na condição de anonimato, o sinal de desmantelamento da articulação oposicionista está posto e foi confirmado que há a tentativa de muitos vereadores em reconciliar politicamente com o prefeito, o que pode deixar o líder da oposição e presidente da Câmara, Rodrigo Caldeira, em situação de isolamento.

Entenda o caso Geraldinho

Em fevereiro, um vídeo do qual Geraldinho negociava repasses de parte dos vencimentos de seus assessores circulou no município. O caso foi levado ao Ministério Público, que pediu o afastamento do vereador.

Segundo o MP, Geraldinho fez exigências ilegais aos seus assessores, “obrigando-os a repassar parcela do salário” sob pena de serem “exonerados dos cargos”. Segundo o órgão, o montante recolhido ilegalmente seria destinado a uma espécie “de caixa para a campanha de 2020”.

Em sua defesa, Geraldinho disse que a contribuição era voluntária e foi firmada antes mesmo das eleições de 2016 com finalidade de promover “apoio financeiro e pagamentos de despesas de confraternização em favor dos membros do gabinete”. Essas alegações foram desmentidas pelos ex-assessores dentro do processo.

O suplente de Geraldinho é o líder comunitário de Taquara, Fábio Latino (PSB). Ele é ligado ao deputado licenciado Bruno Lamas (PSB) e tem a simpatia da base aliada de Audifax.

Redação Jornal Tempo Novo

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