Insatisfeitos com o trabalho prestado pela Ambiental Serra/Cesan, vereadores querem contratar um laboratório independente para analisar a qualidade das águas das principais bacias e micro bacias do município. Eles acusam as empresas que são responsáveis pelo esgotamento sanitário na Serra de investir apenas no serviço de coleta de esgoto, o que segundo os parlamentares, gera mais retorno financeiro, enquanto investimentos ligados ao tratamento do esgoto seguem em segundo plano, causando impactos ambientais nos diversos mananciais da cidade.
O vereador Roberto Catirica (PHS) foi quem encabeçou um pedido para que o presidente da Câmara, Rodrigo Caldeira (Rede), abra licitação para contratar um laboratório para avaliar a qualidade das águas. Com base nos resultados, os vereadores deverão tomar medidas contra a empresa.
“Queremos saber cientificamente como estão às condições dos principais córregos, rios e lagoas da Serra. Se forem constatados níveis altos de poluição, vamos tomar medidas, como encaminhar para o Ministério Público e produzir um projeto anulando essa parceria”, disse.
Catirica é o Presidente da Comissão Especial de Inquérito (CEI), instalada na Câmara para investigar suposto tráfico de influência em órgão da Serra e avaliar o serviço prestado pela empresa no município.
“Cobram valores absurdos por um serviço que ninguém vê resultados objetivos. Só fazem obras de ligação à rede de esgoto, mas o que adianta se o tratamento deixa a desejar?”, questionou. “Não houve investimentos expressivos na modernização dessas estações de tratamento antigas e defasadas, que datam dos anos 80. Não foram construídas novas ETE’s. Estão tratando esgoto como se fazia há 30 anos. Enquanto isso às vésperas do verão, nossos balneários estão imundos de esgoto mal tratado”, acrescentou.
Procurado pela reportagem, o presidente da Câmara da Serra, Rodrigo Caldeira (Rede), disse que vai se reunir com os membros da CEI, Catirica, Pastor Ailton (PSC) e Aécio Leite (PT).
“Isso foi resultado da CEI. Os vereadores querem que [a Câmara] contrate uma empresa para verificar a qualidade das águas. Agora vamos chamá-los para conversar, se houver necessidade, a Presidência vai atendê-los, vamos ver qual a necessidade do pedido, e vou consultar a Procuradoria e verificar a legalidade da contratação”, adiantou Caldeira.
*Com a colaboração de Yuri Scardini