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Vereadora quer corrigir passado escravagista da Serra e indenizar descendentes de escravos

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Vereadora Elcimara Loureiro está em seu 1º mandato. Foto: divulgação

O grosso da população pode não saber, mas a Serra tem um passado escravagista. Não é atoa que em Serra Sede há uma estátua do líder revolucionário Chigo Prego, ressoando a memória dos homens e mulheres que protagonizaram a maior revolta de escravos em solo capixaba: a chamada Insurreição do Queimado, ocorrida em 1949 na atual região rural da Serra – que ocasionou em enforcamentos e esquartejamentos de pessoas que só queriam ser tratados como dignidade (entenda aqui).

São essas cicatrizes do passado que transfiguram o presente e muitas vezes ajudam a criar as desigualdades de ordem civilizatórias vividas na Serra e em todo o Brasil. Pautado nisso, têm pipocado pelo mundo afora movimentos que defendem uma indenização reparatória a descendentes de escravos para corrigir essas distorções antropológicas.

Entre os bastiões desse movimento está, por exemplo, o BlackLivesMatter, que emergiu por meio das manifestações que acusaram o racismo estrutural na polícia norte-americana após o assassinato por enforcamento de Jorge Floyd, cometido por um policial branco.

Aqui na Serra, também há uma voz que branda pela reparação da escravidão — um conceito político de justiça que defende a necessidade de promover reparações econômicas para injustiças ocorridas no passado. Trata-se da vereadora Elcimara Loureiro, eleita em 2020, advinda da área assistencial da Serra.

“Muita gente está despertando para entender o que especialmente os povos originários e os afro-americanos viveram e vivem em termos de injustiças históricas e quais as repercussões no cotidiano dessa população, que vai desde a fome, a falta de oportunidades, a baixa escolaridade e condições sub-humanas. Esses movimentos precisam ter repercussão no Brasil, pelo fato do nosso país ter sido criado sob o julgo de donos de escravos, dilacerando gerações inteiras de seres humanos por conta da cor da pele”, argumenta a vereadora.

Vale lembrar que o Brasil, estima-se ter recebido mais de 4 milhões de pessoas escravizadas ao longo de quatro séculos. E em 2016 foi criada pela Ordem dos Advogados do Brasil a Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra para “discutir formas de reparação”.

Chico Prego é o nome de um dos protagonistas da Insurreição do Queimado: Chico Prego. Foto: Arquivo TN

Elcimara afirma que no ES, a Serra foi uma das cidades que amargam um passado escravista e que precisa debater uma reparação histórica por séculos de violência e discriminação. De acordo com ela, a proposta de indenização pode ser financeira ou não, mas ela admite que esse debate precisa ser feito globalmente com participação ativa do Governo Brasileiro.

“Como vereador, meu limite é a Serra, e as cidades não são os entes federados adequados para tratar de assunto tão complexo igual a esse. Normalmente, a coordenação de ações nesse sentido, precisam partir de liderança federativa, infelizmente, hoje, políticas de reparação sociais não são preocupações para o atual Governo Federal”, afirmou.

Elcimara disse que o primeiro passo que a Serra poderia dar, seria mapear os descendentes de escravos, ou seja, aqueles que possuem ancestrais que foram escravizados.

“Não é impossível identificar essas pessoas, a escravidão acabou oficialmente no Brasil há pouco mais de 130 anos; em termos históricos é muito recente. Inclusive é possível que haja na Serra descendentes diretos de escravos. O primeiro passo é mapear essas pessoas, identificá-las e catalogá-las. A Partir daí é possível dimensionar o quantitativo de descendentes de escravos e pensar em políticas sociais que abarquem uma reparação. Isso não é novidade no mundo, desde 1952, a Alemanha pagou mais de US$ 80 bilhões a vítimas judias do regime nazista, por exemplo”, argumentou Elcimara.

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