Vereadores desistiram de criar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a poluição do ar na Serra, com ênfase no pó preto e gases emitidos pelas empresas Arcelor Mittal e Vale. Na sessão de ontem (08) o plenário rejeitou a criação da CPI cujo requerimento havia sido protocolado por Nacib Haddad (PDT).
A sessão foi agitada e chegou a ser interrompida por alguns instantes para que os vereadores decidissem se votavam ou não a CPI. O líder do prefeito Audifax Barcelos (PSB), Luiz Carlos Moreira (PMDB) chegou a pedir que o requerimento fosse aprovado na semana seguinte, mas não obteve êxito por parte dos pares.
Sob a liderança de Carlos Augusto Lorenzoni (PP), cerca de 12 vereadores votaram contra a CPI do pó preto. São eles, Alexandre Xambinho (PTdoB), Luis Carlos Moreira (PMDB, Jorjão Luis (SDD), Cesar Nunes (SDD), Rodrigo Caldeira (SDD) Marcos Tongo (SDD), José Raimundo (PSL), Miguel da Policlínica (PTC), Pastor Ricardo (PRB), Tio Paulinho (PV) e Toninho Silva (DEM). Os parlamentares fazem parte do grupo governista na casa, que perdeu o controle da Mesa Diretora no final do ano passado.
Votaram pela abertura da CPI Aldair de Souza (PTB), Auredir Pimentel (PDT), Antônio Boy (PSB), Gilmar Carlos (PT), Basílio da Saúde (Pros), David Duarte (PDT), Gideão Svenson (PR) e Nacib Haddad. Os petistas Sabino e Aécio Leite estavam ausentes no momento da votação, e a presidenta Neidia Maura Pimentel (sem partido) só poderia votar em caso de empate.
Explicação de Guto
O vereador Guto Lorenzoni explicou o recuo dizendo que a Assembleia Legislativa já está fazendo uma investigação a cerca do tema. “Essa Casa é um parlamento, lugar de “parlar”, falar. Não vamos aprovar projetos sem discussão”, disse, acrescentando que seu grupo queria participar como membros na Comissão, mas temia ficar de fora.
Já o vereador Nacib Haddad, que era cotado a ser o presidente da Comissão, classificou de vergonhoso o recuo. “Isso é contra todo o povo da Serra que sofre com a poluição e a Casa não pode deixar de enfrentar a situação. Vou provar que houve uma manobra para evitar a CPI”, ameaçou Nacib, que chegou a afirmar que houve ingerência externa sobre a votação.
Na segunda-feira (06), os vereadores foram unanimes em votar a mudança do regimento interno para 90 dias sobre o prazo de duração da CPI do Pó Preto.