Por Anderson Soares
O corte no orçamento estadual já começa a afetar setores essenciais, como a Segurança Pública. O 6° Batalhão da Polícia Militar (PM), responsável pelo policiamento da Serra, terá que reduzir em fevereiro 55% do consumo de combustível nas viaturas. Na prática, as rondas policiais em caminhonetes, carros e motos devem ficar mais raras.
A redução dos gastos com combustível foi determinada pelo Governo do Estado. Em documento divulgado na última terça (11), o 6º Batalhão da PM informou que em janeiro gastou R$ 131,5 mil com combustível. Agora terá que economizar em fevereiro cerca de R$ 73,2 mil e terá que se virar com R$ 58,3 mil para abastecer as viaturas. O mesmo valor será o teto para o consumo dos meses subsequentes.
A situação deixa em alerta moradores, comerciantes e políticos da Serra. Para o deputado estadual Bruno Lamas (PSB) a medida é absurda. “Falo em nome de uma cidade de quase 700 km2, com 500 mil habitantes, com apenas 600 policiais militares e com apenas 40 viaturas para fazer o policiamento do seu território”, argumenta.
“O número de policiais e viaturas que passam por aqui já não dá conta de nos proteger. Essa redução vai prejudicar a segurança do comércio”, disse, sob a condição de anonimato, o dono de um material de construção em Laranjeiras.
A vendedora de uma loja no mesmo bairro, Naiara Lemos, também não concorda com a redução. “A viatura tem que rodar o tempo todo porque é mais ágil para os policiais. Ninguém vai ficar correndo atrás de bandido a pé ou de bicicleta”.
Modalidades
Sobre o contingenciamento de combustível, a assessoria de imprensa do 6º Batalhão informou que os ajustes do governo são para todos os órgãos e que a PM trabalha com alternativas.
“O policiamento será equacionado. Onde for necessário, o policiamento motorizado será mantido. Quando possível o motorizado será substituído por policiamento a pé, de motocicleta ou de bicicleta, de forma que todo o efetivo será mantido nas ruas”, acrescenta a assessoria.